Por Katie Forster
Publicado na ScienceAlert
A poeira de uma areia negra encontrada em uma cápsula trazida à Terra por uma sonda espacial japonesa é do distante asteroide Ryugu, confirmaram cientistas após abri-la na segunda-feira.
A descoberta ocorre uma semana depois que a sonda Hayabusa-2 se soltou de sua cápsula, que entrou na atmosfera como um raio de luz antes de pousar no deserto australiano e, em seguida, ser transportada para o Japão.
A agência espacial japonesa (JAXA) divulgou uma imagem de um pequeno depósito de material fuliginoso dentro da caixa de metal – um primeiro vislumbre dos resultados de uma missão sem precedentes de seis anos para a sonda não tripulada.
A poeira foi encontrada na parte externa da cápsula, disseram funcionários da agência, com amostras mais substanciais sendo encontradas quando eles forem abrir o recipiente interno – uma tarefa delicada.
“A JAXA confirmou que as amostras derivadas do asteroide Ryugu estão dentro do contêiner de amostras”, disse a agência.
“Fomos capazes de confirmar partículas negras semelhantes a areia que acreditamos serem derivadas do asteroide Ryugu.”
No Twitter, a JAXA comunicou que “o recipiente de amostra dentro da cápsula de reentrada foi aberto em 14 de dezembro, e confirmamos que grãos negros supostamente de Ryugu estavam lá dentro. O recipiente fica fora das câmaras principais e provavelmente partículas estão presas à entrada do coletor de amostras.”
Hayabusa-2 viajou cerca de 300 milhões de quilômetros da Terra para coletar as amostras, que os cientistas esperam poder fornecer pistas sobre a origem da vida e a formação do universo.
A sonda coletou poeira da superfície e material puro subsuperficial que foi agitado pelo disparo de uma mecanismo de impacto no asteroide.
“Continuaremos nosso trabalho para abrir o coletor de amostras dentro do recipiente de amostra. A extração da amostra e a análise dela serão realizadas”, disse JAXA.
Metade das amostras do Hayabusa-2 será compartilhada entre a JAXA, a agência espacial dos EUA (NASA) e outras organizações internacionais, e o restante será mantido para estudos futuros conforme os avanços forem feitos na tecnologia analítica.
Mas o trabalho ainda não acabou para a sonda, que agora iniciará uma missão estendida visando dois novos asteroides.