Traduzido por Julio Batista
Original de Christina Larson para o Phys.org
Cientistas descobriram a maior bactéria do mundo em um manguezal do Caribe.
A maioria das bactérias é microscópica, mas esta é tão grande que pode ser vista a olho nu.
O fino filamento branco, aproximadamente do tamanho de um cílio humano, é “de longe a maior bactéria conhecida até hoje”, disse Jean-Marie Volland, biólogo marinho do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley e coautor de um paper anunciando a descoberta quinta-feira na revista Science.
Olivier Gros, coautor e biólogo da Universidade das Índias Ocidentais Francesas e da Guiana, encontrou o primeiro exemplo dessa bactéria – chamada Thiomargarita magnifica, do latim para “magnífica pérola de enxofre” – agarrada a folhas de mangue afundadas no arquipélago de Guadalupe em 2009.
Mas ele não soube imediatamente identificar que era uma bactéria por causa de seu tamanho surpreendentemente grande – essas bactérias, em média, atingem um comprimento de um 0,9 centímetros. Somente análises genéticas posteriores revelaram que o organismo era uma única célula bacteriana.
“É uma descoberta incrível”, disse Petra Levin, microbiologista da Universidade de Washington em St Louis (EUA), que não esteve envolvida no estudo. “Isso abre a questão de quantas dessas bactérias gigantes estão por aí – e nos lembra que nunca devemos subestimar as bactérias”.
Gros também encontrou a bactéria ligada a conchas de ostras, rochas e garrafas de vidro no pântano.
Os cientistas ainda não conseguiram cultivá-la em cultura de laboratório, mas os pesquisadores dizem que a célula tem uma estrutura incomum para bactérias. Uma diferença fundamental: tem um grande compartimento central, ou vacúolo, que permite que algumas funções celulares aconteçam nesse ambiente controlado, em vez de em toda a célula.
“Ter esse grande vacúolo central definitivamente ajuda a célula a contornar as limitações físicas… de quão grande uma célula pode ser”, disse Manuel Campos, biólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, que não esteve envolvido no estudo..
Os pesquisadores disseram que não sabem ao certo por que a bactéria é tão grande, mas o co-autor Jean-Marie Volland levantou a hipótese de que pode ser uma adaptação para ajudá-la a evitar ser comida por organismos menores.