O cientista e filósofo Mario Bunge recebeu ontem o Prêmio Perfil de Inteligência no campo das Ciências. No entanto, entrevistado pela Perfil, o especialista quis deixar claro que: “Em ciências, há muitas pessoas mais dignas do que eu, porque a minha obra principal é filosófica.”
A partir do Teatro Colón, durante a cerimônia de premiação, Bunge disse que a sua principal contribuição acadêmica foi “construir um sistema filosófico baseado nas ciências“. “Minha obra tem sido continuada por cientistas argentinos, espero que mais jovens se juntem para cientificar a filosofia”, continuou.
O pesquisador, que acumula 14 doutorados e 70 livros publicados, questionou com dureza o atual sistema acadêmico de estudos em matéria filosófica. “Temos que deixar de lado o embuste que se ensina nas faculdades de filosofia, o existencialismo, o pós-modernismo, tudo isso obscurece a visão dos jovens e os impede de pensar porque repetem textos que não entendem”.
“São textos que não foram feitos para compreender ou discutir, foram feitos simplesmente para sujar o papel, apenas servem para impedir de pensar“, lançou e concluiu: “Temos que mudar os critérios de seleção dos docentes, no lugar de premiar os que trapaceiam, temos que premiar os que buscam a verdade”.