Publicado na New Scientist
Aparentemente, nos exoplanetas habitáveis podem estar faltando uma blindagem magnética, deixando-os expostos à radiação.
Para suportar a vida como a conhecemos, os planetas precisam de uma determinada espessura, ambientes ricos em água, e água em estado líquido na superfície. Essas condições têm sido até agora só especuladas, baseando-se principalmente na distância de um planeta em relação a sua estrela.
Mas a água teria se dividido (teria dividido o vapor de água em hidrogênio, que escaparia para o espaço, e oxigênio, que poderia ir para formar o dióxido de carbono do gás de efeito estufa) devido aos ventos estelares, a menos que o planeta tenha um forte campo magnético, apontam Jorge Zuluaga e seus colegas da Universidade de Antioquia na Colômbia. Marte e Vênus não tem campos magnéticos, e sabe-se que os ventos estelares (solares) arrancaram a maior parte da atmosfera de Marte, enquanto Vênus ficou com maior parte do dióxido de carbono, tornando-se tóxico.
Um campo magnético também protegeria os habitantes da superfície da um planeta da perigosa radiação estelar.
Período de Arrefecimento
Um núcleo fundido ajuda a gerar um campo magnético, e a equipe calculou quanto tempo levaria para um planeta rochoso esfriar-se fazendo que o dínamo magnético parasse de funcionar.
Eles, então, verificaram três exoplanetas potencialmente habitáveis: Gliese 581d, HD 40307g e GJ 667Cc. Os dois primeiros podem ter apenas campos magnéticos não muito fortes, mas o terceiro está condenado.
Zuluaga sublinha a importância de se considerar os campos magnéticos quando se pensa em um planeta com um bom lugar para se viver. “Se queremos avaliar melhor a possível habitualidade de um planeta, é preciso de mais informação, não só a distância até a estrela.”