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Novo estudo fornece uma linha do tempo surpreendente para a sexta extinção em massa da Terra

Traduzido por Julio Batista
Original de Carly Cassella para o ScienceAlert

Um cientista climático da Universidade de Tohoku, no Japão, analisou os números e não acha que o evento de extinção em massa atual será igual ao dos cinco anteriores. Pelo menos não por muitos séculos ainda.

Em mais de uma ocasião nos últimos 540 milhões de anos, a Terra perdeu a maioria de suas espécies em um período de tempo geológico relativamente curto.

Estes são conhecidos como eventos de extinção em massa, e muitas vezes são fomentados pelas mudanças climáticas, seja por aquecimento extremo ou resfriamento extremo, desencadeado por asteroides ou atividade vulcânica.

Quando Kunio Kaiho tentou quantificar a estabilidade da temperatura média da superfície da Terra e a biodiversidade do planeta, ele encontrou um efeito amplamente linear. Quanto maior a mudança de temperatura, maior a extensão da extinção.

Para eventos de resfriamento global, as maiores extinções em massa ocorreram quando as temperaturas caíram cerca de 7 °C. Mas para eventos de aquecimento global, Kaiho descobriu que as maiores extinções em massa ocorreram com um aumento de aproximadamente 9 °C.

Isso é muito mais alto do que as estimativas anteriores, que sugerem que uma temperatura de 5,2 °C resultaria em uma grande extinção em massa marinha, a par dos “cinco grandes” anteriores.

Para colocar isso em perspectiva, até o final do século, o aquecimento global moderno está a caminho de aumentar as temperaturas da superfície em até 4,4°C.

“O aquecimento global de 9°C não aparecerá no Antropoceno pelo menos até 2500 no pior cenário”, prevê Kaiho.

Kaiho não nega que muitas extinções em terra e no mar já estão ocorrendo por causa das mudanças climáticas; ele simplesmente não espera a mesma proporção de extinção de antes.

Ainda assim, não é apenas o grau das mudanças climáticas que coloca as espécies em risco. A velocidade com que isso ocorre é de vital importância.

O maior evento de extinção em massa na Terra matou 95% das espécies conhecidas na época e ocorreu num período de mais de 60.000 anos, cerca de 250 milhões de anos atrás. Mas o aquecimento de hoje está ocorrendo em uma escala de tempo muito mais curta, graças às emissões humanas de combustíveis fósseis.

Talvez mais espécies morram no sexto evento de extinção da Terra não porque a magnitude do aquecimento seja tão grande, mas porque as mudanças aconteceram tão rapidamente que muitas espécies não conseguiram se adaptar.

“A previsão da magnitude da extinção antropogênica futura usando apenas a temperatura da superfície é difícil porque as causas da extinção antropogênica diferem das causas das extinções em massa no tempo geológico”, admite Kaihu.

Independentemente da forma como os cientistas dividem os dados, está claro que muitas espécies estão condenadas, a menos que possamos deter as mudanças climáticas.

A porcentagem exata de extinção e o momento dessas extinções permanecem em debate.

O estudo foi publicado na Biogeosciences.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.