A vida Eudaimônica é uma vida vivida por si só, que se justifica por ela mesma, que se consome por inteiro.
É uma vida que deslegitima as justificativas, é aquela que não dura, pois, a luta contra o tempo para sempre viver mais é constante, é um desejo interminável o de viver infinitas e infinitas vezes a mesma vida, com as mesmas escolhas, os mesmos caminhos, os mesmos arrependimentos, sem mudar uma fatalidade esporádica ou a queda de uma folha qualquer, como queria Nietzsche talvez.
Não existem segundas feiras na vida Eudaimônica, o tédio é uma lenda distante, logo o amor na própria existência não é passível de quantificações.
A vida Eudaimônica é singular, se para alguns ela é um cigarro de manhã, para outros é um copo de vinho a noite, um bom livro em uma praça qualquer ou um dia de trabalho duro no domingo, uma passeata pelo orgulho gay ou a vida franciscana, não importa, não existem formulas para a vida Eudaimônica. Nem para você e nem para ninguém, ela não é passível de juízo de valor, nem se enquadra em padrões morais, a vida Eudaimônica é singular, mas sua finalidade é plural, Eudaimônia para os gregos, felicidade para nós…
A vida Eudaimônica é o encaixe das engrenagens do universo, é a plena vivência daquela vida que a você foi destinada, é o desabrochar completo das potencialidades que a você foram conferidas, e não ouse desregular os mecanismos da ordem cósmica, o preço será uma vida sem vibrações, sem tesão, sem Eudaimônia, uma vida sem vida.
Sugestão de leitura: Ética a Nicômaco, Aristóteles.