A Geologia é uma ciência fascinante, não é verdade? Suas divisões e áreas acadêmicas ajuda muitas outras ciências e até mesmo profissões… um belo exemplo seria sobre a área da geologia chamada de Estratigrafia. A Estratigrafia ajudam no máximo os cientistas a compreenderem a idade da terra, o estudo da formação das rochas, sua descrição e interpretações mútuas para a Paleontologia, por exemplo. Mas por trás de uma ciência sempre há seu “pai” – um termo aqui utilizado para definir o “criador” de algo, no caso, da Estratigrafia.
WIlliam Smith, o agrimensor inglês
A Estratigrafia experimento avanços significativos após os trabalhos do inglês William Smith (1769-1839). William nasceu em Oxfordshire, em uma família plebeia de camponeses. Já aos 18 anos era um exímio ajudando de um agrimensor! Mas este não foi de lá seu grande trabalho. Este começara alguns anos mais tarde quando William foi trabalhar em uma mina de carvão, na construção de um canal de rio chamado Somerset Coal.
Durante seu trabalho, William percebera que as rochas estavam distribuídas em camadas ou estratos, algo parecido. O agrimensor então (que agora era William) já sabia que anos antes, um naturalista dinamarquês chamado Nicolau Steno já havia estabelecido essas deposições das rochas, denominando-as como Princípio da Superposição de Camadas. Mas William percebeu que essas “camadas” se estendiam-se e se repetiam-se ao longo dos quilômetros após perceber sulcos com algumas conchas nas camadas rochosas e que se repetiam-se em algumas delas: “o que ser isso? Indagou Smith, tentando compreender o motivo. Seria essas “conchas” uma auto-ajuda? William nem se quer sabia que ele viria a criar um incrível método para diferenciar camadas geológicas e a datar de modo relativo a idade da Terra (algo que era muito discutido e questionado naquela época).
Fósseis, um ‘marcador natural’ para as camadas de rochas
Na realidade o que Smith observou nas camadas de rocha eram FÓSSEIS! William passou a utilizar os fósseis que encontravam nas camadas geológicas como um certo “marcador natural” ou um “diferenciador natural” de uma camada para a outra. Com isso, ele criou um método utilizado até hoje chamado de correlação estratigráfica. Utilizando conteúdos fossilíferos, litológicos e é claro, do solo, para identificar diferentes tipos de estratos.
William utilizou este método para datar e classificar as sequências de camadas geológicas que seguiam-se por quase toda a Grã-Bretanha, dando origem a sua extraordinária obra “Mapa Geológico da Inglaterra, País de Gales e Parte da Escócia”, que fora publicado entre os anos de 1815 e 1817. O famoso mapa foi o primeiro a apresentar os princípios propostos por Nicolau Steno, e utilização de fósseis como ferramentas estratigráficas.
Já em 1816, William publicou a Tabela Geológica de Fósseis Organizados, apresentando séries de estratos com seus conteúdos fósseis de diferentes épocas geológicas, com um detalhe especial… estavam organizados CRONOLOGICAMENTE! Lembrando que naquela época era muito discutido sobre a idade do Planeta!
William Smith foi um grande cientista que permitiu abrir uma grande facilidade para compreender o passado. Os fósseis deram uma ajudinha é claro! O método de correlação estratigráfica é utilizado até hoje na geologia e paleontologia, abrindo portas para um estudo mais acessível e compreensível sobre o passado da Terra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Paleontologia: conceitos e métodos, volume 1/editor, Ismar de Souza Carvalho. – 3° ed. – Rio de Janeiro: Interciência, 2010.
Enciclopédia dos dinossauros / Mike Benton ; tradução Marcelo Guerreiro. – São Paulo : Zastras, 2009.
Uma história da ciência – BBC / Michael Mosley e John Lynch. – Zamar.