Traduzido por Carlos Germano
Original de Harry Baker para o Live Science
Observadores de baleias testemunharam algo extremamente raro na costa da Califórnia: uma orca branca (Orcinus orca) jovem. O filhote, que era quase completamente branco – exceto por manchas escuras na barbatana dorsal e no focinho, provavelmente, tem uma condição relacionada à pigmentação, conhecida como leucismo, dizem os especialistas.
O filhote de cor incomum, apelidado de “Frosty”, é um macho de 3 anos que já era conhecido por observadores de baleias e pesquisadores de orcas na área. Em 24 de abril, um navio de observação de baleias avistou Frosty com outras seis orcas a cerca de 8 milhas (13 quilômetros) da costa de Malibu, de acordo com a Newsweek. A embarcação, então, alertou outras embarcações na área, incluindo uma embarcação pertencente à Newport Coastal Adventure, cuja tripulação filmou Frosty com um drone. Veja o vídeo no final do texto.
O fotógrafo da vida selvagem Mark Girardeau também captou imagens de Frosty e seus companheiros cetáceos (mamíferos aquáticos) a bordo do navio da Newport Coastal Adventure (Confira aqui). As setes orcas pertencem a um grupo conhecido como CA216 – um grupo de orcas transitórias, ou Bigg’s, que foram avistadas ao sul da fronteira mexicana e ao norte do Canadá, escreveu Girardeau no Instagram. (As orcas transitórias são um ecótipo, ou subespécie, de orcas com uma ampla distribuição geográfica, enquanto as orcas residentes costumam permanecer no mesmo lugar por toda a vida.)
A orca rara não tem albinismo porque tem manchas escuras. Em vez disso, existem duas condições que podem dar às orcas uma cor branca incompleta. Uma delas é o leucismo, que é uma condição genética que faz com que algumas ou todas as células de um animal parem de produzir melanina – um pigmento que dá cor à pele, cabelo, penas e olhos de um animal. A outra condição é a síndrome de Chediak-Higashi, um distúrbio genético recessivo muito raro que também afeta a produção de melanina.
Uma orca com síndrome de Chediak-Higashi se machucaria facilmente e seria propensa a infecções bacterianas, disse à Live Science em um e-mail, Erich Hoyt, pesquisador da Whale and Dolphin Conservation (WDC), no Reino Unido, e autor da “Encyclopedia of Whales, Dolphins and Porpoises” (Firefly Books, 2017).
Mas a coloração branca de Frosty é provavelmente causada por leucismo, porque ele parece estar bem de saúde, disse Hoyt. Outros especialistas concordaram com essa avaliação.
Animais com leucismo ou albinismo geralmente estão em desvantagem evolutiva porque se destacam mais facilmente para os predadores e sua pele é mais sensível à luz solar, que pode causar queimaduras e aumentar o risco de câncer, o que significa que suas taxas de sobrevivência na natureza são baixas.
No entanto, Frosty não tem esse problema: seu estilo de vida aquático o protege da superexposição ao sol, e as orcas não têm predadores naturais, disse Hoyt para Live Science. Frosty provavelmente viverá uma vida normal, segundo o especialista.
Esta não é a primeira vez que orcas brancas são avistadas por observadores de baleias. Em julho de 2021, um par de orcas adultas com albinismo foi flagrado nadando na costa do Japão. Este par é particularmente interessante porque é extremamente improvável encontrar duas orcas brancas nadando juntas. A cor incomum também destacou o número de marcas e arranhões deixados em seus corpos, em virtude de brincadeiras com outras orcas.
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