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Os alienígenas não contataram a Terra porque não há sinal de inteligência aqui, sugere uma nova resposta ao paradoxo de Fermi

Traduzido por Julio Batista
Original de Stephanie Pappas para a Live Science

Por que os alienígenas não entraram em contato? Talvez eles pensem que a Terra é chata pra cacete.

Um novo paper pré-publicado no banco de dados do arXiv sugere que extraterrestres inteligentes podem não achar planetas que hospedam vida particularmente interessantes. Se a vida evoluiu em muitos planetas da galáxia, então os alienígenas provavelmente estão mais interessados ​​naqueles onde há sinais não apenas de biologia, mas de tecnologia, escreveu o autor do estudo Amri Wandel, astrofísico da Universidade Hebraica de Jerusalém. O paper ainda precisa ser revisado por pares.

O estudo explora o paradoxo de Fermi, que afirma que, dada a idade do Universo, é provável que alienígenas inteligentes já tenham desenvolvido viagens espaciais de longa distância e, portanto, eles teriam a capacidade de visitar a Terra. O fato deles não terem feito isso pode ser uma evidência de que não há outra vida inteligente na Via Láctea.

Mas os especialistas ofereceram outras explicações para os alienígenas desaparecidos: talvez eles tenham visitado a Terra no passado, antes que os humanos evoluíssem ou fossem capazes de registrar a visita. Ou talvez viagens espaciais de longa distância sejam muito difíceis. Talvez os alienígenas tenham desenvolvido uma civilização avançada muito recentemente para chegar à Terra. Ou eles decidiram deliberadamente não explorar o cosmos. É até possível que eles tenham se matado.

No novo paper, Wandel oferece outra explicação possível: que a vida é realmente muito comum na Via Láctea. Se muitos dos planetas rochosos orbitando na zona habitável das estrelas abrigam vida, os alienígenas provavelmente não vão desperdiçar seus recursos enviando sinais para todos – eles provavelmente acabariam tentando se comunicar com algas ou amebas alienígenas.

Se a vida é comum, os alienígenas inteligentes provavelmente estão muito mais interessados ​​em sinais de tecnologia. Mas os sinais tecnológicos podem ser difíceis de detectar. A Terra só emite sinais detectáveis ​​do espaço (na forma de ondas de rádio) desde a década de 1930. Em teoria, esses sinais já atingiram cerca de 15.000 estrelas e seus planetas em órbita, mas isso é uma pequena fração das até 400 bilhões de estrelas na Via Láctea. Além disso, escreveu Wandel, leva tempo para qualquer mensagem de retorno dos alienígenas viajar de volta, então apenas estrelas dentro de 50 anos-luz tiveram tempo de responder desde que a Terra começou a transmitir informações para fora do planeta.

Pior ainda, os sinais de rádio mais antigos da Terra não foram transmitidos deliberadamente para o espaço, então eles provavelmente estão tão distorcidos após cerca de um ano-luz que os alienígenas seriam incapazes de distingui-los, de acordo com o Universe Today (os terráqueos enviaram a primeira transmissão deliberada de alta potência para alienígenas com a mensagem de Arecibo em 1974, direcionada ao aglomerado estelar globular M13. Alguns cientistas acham que é hora de enviar outro).

Wandel descobriu que, a menos que civilizações inteligentes sejam muito abundantes, com mais de 100 milhões de planetas tecnologicamente avançados na Via Láctea, é provável que os sinais da Terra não tenham alcançado outra forma de vida inteligente. No entanto, com o tempo, e à medida que nosso planeta transmite cada vez mais sinais de rádio, torna-se mais provável que os sinais tecnológicos da Terra encontrem ouvintes inteligentes, escreveu Wandel.

As descobertas sugerem que talvez não existam civilizações inteligentes a cerca de 50 anos-luz de nosso planeta, escreveu ele. Mas a vida inteligente ainda pode estar por aí – eles estão apenas esperando nossa chamada.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.