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Os segredos da evolução dos gatos foram finalmente revelados

Os segredos da evolução dos gatos foram finalmente revelados

Através de uma análise detalhada dos genomas completos de cinco espécies de gatos, os pesquisadores conseguiram resolver alguns mistérios de longa data sobre a evolução destes animais – dando-nos uma compreensão muito melhor de como as diferentes espécies se desenvolveram.

A equipe internacional de pesquisadores analisou espécies, incluindo gatos domésticos, leões e tigres, e usou técnicas como o trio binning: é onde o DNA fornecido por cada um dos pais de um organismo pode ser peneirado e identificado.

Nesse caso, o método foi aplicado a híbridos, permitindo aos pesquisadores distinguir genomas específicos com pouquíssimas lacunas.

“Nosso objetivo era entender melhor como os gatos evoluíram e a base genética das diferenças de características entre as espécies de gatos”, diz Bill Murphy, zoólogo da Texas A&M University.

Os pesquisadores separaram genomas de várias espécies diferentes. (Bredemeyer et al., Nature Genetics, 2023)

“Queríamos aproveitar algumas novas tecnologias que nos permitem criar mapas genômicos de gatos mais completos”.

Uma das questões que a equipe procurava responder é por que os gatos têm relativamente poucas variações genéticas complexas em comparação com outros mamíferos. Por exemplo, não há muita diferença nos cromossomos de um leão e de um gato doméstico.

A nova análise sugere que a causa é a frequência de duplicações segmentares, ou seções de DNA muito semelhantes a outras seções. Os gatos têm muito menos do que outros mamíferos, o que mantém os seus genomas mais estáveis ​​e leva a menos espécies.

Embora grandes variações genéticas não sejam tão comuns em gatos, algumas variações ainda existem, e outra descoberta esclarece quais partes do DNA dos gatos são responsáveis ​​por essas mudanças – especialmente em termos de variações que definem espécies separadas.

A equipe identificou um elemento repetitivo específico do DNA chamado DXZ4, que é conhecido como repetição de satélite: afetando a estrutura 3D do cromossomo X e influenciando a especiação. O segmento DXZ4 em gatos está evoluindo mais rapidamente do que 99,5% do resto do genoma.

Uma nova descoberta sobre genes olfativos também foi possível graças às sequências genômicas altamente detalhadas. Há muita variação entre as espécies no que diz respeito a esses genes – provavelmente porque algumas espécies de gatos ainda precisam de um olfato forte, enquanto outras não.

O estudo mostrou que espécies como o gato pescador retiveram os genes que os ajudam a farejar odores transmitidos pela água – e assim capturar presas – enquanto os gatos domésticos, que não têm a mesma necessidade de caçar, perderam muitos desses genes.

No seu conjunto, as conclusões do estudo mostram que quando as espécies de gatos são diferentes a nível genético, essas diferenças são realmente importantes. Isso deverá ajudar cientistas, conservacionistas e qualquer pessoa que trabalhe com estes animais graciosos.

“Nossas descobertas abrirão portas para pessoas que estudam doenças, comportamento e conservação felina”, diz Murphy. “Eles trabalharão com uma compreensão mais completa das diferenças genéticas que tornam cada tipo de gato único”.

 

Traduzido por Mateus Lynniker de ScienceAlert

Mateus Lynniker

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