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Pensamentos surpreendentes de Albert Einstein sobre o sentido da vida

Traduzido por Julio Batista
Original de Paul Ratner para o Big Think

Albert Einstein foi um dos pensadores mais brilhantes do mundo, influenciando imensamente o pensamento científico. Ele também não tinha vergonha de compartilhar sua sabedoria sobre outros tópicos, escrevendo ensaios, artigos, cartas, dando entrevistas e discursos. Suas opiniões cotidianas sobre questões sociais e intelectuais não advindas do mundo da física dão uma perspectiva da visão espiritual e moral do cientista, oferecendo muita coisa produtiva.

A coleção de ensaios e ideias “Como Vejo o Mundo” reúne o pensamento de Einstein antes de 1935, quando ele estava, como diz o prefácio, “no auge de suas atividades científicas, mas ainda não era conhecido como o sábio da era atômica”.

No livro, Einstein volta várias vezes à questão do propósito da vida e do sentido da vida. Em uma passagem, ele a vincula a um senso de religiosidade.

“Qual é o significado da vida humana, ou, aliás, da vida de qualquer criatura? Ter uma resposta a esta pergunta significa ser religioso. Você pergunta: faz algum sentido, então, fazer esta pergunta? Eu respondo: o homem que considera sua própria vida e a de seus semelhantes sem sentido não é apenas infeliz, mas dificilmente apto para a vida”, escreveu Einstein.

O próprio Einstein tinha crenças religiosas? Criado por pais judeus seculares, ele tinha pensamentos espirituais complexos e em evolução. Ele geralmente parecia estar aberto à possibilidade do impulso científico e pensamentos religiosos coexistirem na vida das pessoas .

“Ciência sem religião é manca, religião sem ciência é cega”, disse Einstein em seu ensaio de 1954 sobre ciência e religião.

Alguns (incluindo o próprio cientista) chamaram as visões espirituais de Einstein de panteísmo, amplamente influenciadas pela filosofia de Baruch Espinoza. Os panteístas veem Deus como um ser existente, mas abstrato, igualando toda a realidade à divindade. Eles também rejeitam um Deus pessoal ou um deus que é de alguma forma dotado de atributos humanos.

O ateu famoso Richard Dawkins chama o panteísmo de Einstein de “ateísmo enfeitado”, mas outros estudiosos apontam para o fato de que Einstein parecia acreditar em uma inteligência sobrenatural que está além do mundo físico. Ele se referiu a isso em seus escritos como “um espírito superior”, “uma mente superior” e um “espírito muito superior aos homens”. Einstein era possivelmente um deísta, embora estivesse bastante familiarizado com vários ensinamentos religiosos, incluindo um forte conhecimento de textos religiosos judaicos.

Em outra passagem de 1934, Einstein fala sobre o valor do ser humano, refletindo uma abordagem budista:

“O verdadeiro valor de um ser humano é determinado principalmente pela medida e o sentido em que ele alcançou a libertação de si mesmo”.

Esse tema de libertar o eu para vislumbrar o verdadeiro significado da vida também é repetido por Einstein mais tarde, em uma carta de 1950 para consolar um pai enlutado, Robert S. Marcus:

“Um ser humano é uma parte do todo, por nós chamado de “Universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. O esforço para se libertar dessa ilusão é a única questão da verdadeira religião. Não alimentá-la, mas tentar superá-la é o caminho para alcançar a medida alcançável de paz de espírito”.

A carta na língua original.

Caso você esteja se perguntando se Einstein via valor em atividades materiais, aqui ele fala sobre acumular riqueza em 1934, como parte do “Como Vejo o Mundo”:

“Estou absolutamente convencido de que nenhuma riqueza no mundo pode ajudar a humanidade a progredir, mesmo nas mãos do trabalhador mais dedicado a esta causa. O exemplo de personagens grandiosos e puros é a única coisa que pode nos levar a pensamentos e ações nobres. O dinheiro só atrai o egoísmo e convida irresistivelmente ao abuso. Alguém pode imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi armados com os sacos de dinheiro de Carnegie?”

Ao discutir a questão fundamental do real significado da vida , o famoso físico nos dá muito o que pensar quando se trata da condição humana.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.