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Perigo do calor sobre o estresse no exercício

Por Vitor Engrácia Valenti
Publicado na UNESP Agência de Notícias

O exercício físico causa ajustes fisiológicos com o objetivo de dar suporte para as mudanças corporais durante essa situação. A resposta fisiológica durante o exercício varia de acordo com a duração, tipo, intensidade e nível de treinamento. O fator das condições ambientais como temperatura e humidade é também importante, na medida em que podem influenciar o desempenho do exercício e até mesmo aumentar os riscos de um indivíduo sedentário sofrer uma complicação cardiovascular durante o exercício.

A pesquisa publicada na Plos One com apoio da FAPESP e do CNPq teve como objetivo comparar as respostas de estresse fisiológico induzidas pelo exercício em temperatura quente (40°C) e em temperatura próxima da normalidade ambiental (22°C).

Nove adultos jovens saudáveis do sexo masculino ​​realizaram um teste progressivo máximo até exaustão em cicloergômetro em duas condições laboratoriais diferentes: quente (40°C) e ambiental (22°C), ambas com umidade relativa entre 40% e 50%. Foram coletadas amostras de sangue venoso (lactato) e saliva (cortisol, nitrato, proteína total e α-amilase) antes e após o esforço máximo.

Como principal resultado, foi observado que as respostas da frequência cardíaca, cortisol, nitrato, proteína total e α-amilase induzidas pelo exercício exaustivo foram mais intensas na temperatura quente (40ºC) em relação à temperatura ambiental (22ºC).

Outro achado importante foi que na temperatura elevada os voluntários chegaram mais rapidamente à exaustão.

Em conclusão, a temperatura quente intensificou as respostas estressantes provocadas pelo exercício. Este estudo indica que a temperatura quente deteriora o desempenho do exercício sob condições exaustivas de estresse e esforço. Esses resultados também servem de alerta para indivíduos que estão planejando implementar atividades físicas em sua rotina sem consulta com a equipe médica e multidisciplinar.

Os autores são: Romeu P. M. Silva, Vitor Engrácia Valenti, Cristiano L. M. Barros, Thiago T. Mendes, Emerson S. Garcia, Luiz Carlos de Abreu, David M. Garner, Foued Salmen Espindola e Nilson Penha-Silva.

As instituições de ensino superior envolvidas: Universidade Federal do Acre, Unesp, Instituto de Biotecnologia/Universidade Federal de Uberlândia e Faculty of Health and Life Sciences/Oxford Brookes University.

Referência

  • Silva RPM, Barros CLM, Mendes TT, Garcia ES, Valenti VE, de Abreu LC, Garner DM, Salmen Espindola F, Penha-Silva N. The influence of a hot environment on physiological stress responses in exercise until exhaustion. PLoS One. 2019 Feb 6;14(2):e0209510. doi:10.1371/journal.pone.0209510
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br