Por Elizabeth Howell
Publicado no Universe Today
Uma infinidade de mundos! Um novo estudo sugere que a Via Láctea pode hospedar 100 milhões de planetas com vida complexa, não faltando escolhas para os astrônomos procurarem organismos fora da Terra. O desafio é, no entanto, que esses mundos podem estar muito longe de nós.
“Por um lado, parece altamente improvável que estamos sozinhos”, afirmou Louis Irwin, principal autor do estudo e professor emérito da Universidade do Texas em El Paso. “Por outro lado, é provável que estejamos tão longe da vida no nosso nível de complexidade, que uma reunião com tais formas alienígenas seria extremamente improvável num futuro próximo”.
O estudo se fixou em uma lista de mais de 1.000 exoplanetas tendo sua densidade, temperatura, química, idade e distância da estrela-mãe analisada metricamente. A partir daí, a equipe de Irwin formulou um “Índice de Complexidade Biológica” (ICB) que varia entre 0 e 1,0. O índice é avaliado em “número e grau de características consideradas importantes para apoiar múltiplas formas de vida multicelular”, afirmou a equipe de pesquisa.
Supondo-se que Europa (uma lua de Júpiter que acredita-se ter um oceano abaixo de sua superfície de gelo) seja um bom candidato para a vida, a equipe estimou que 1% a 2% dos exoplanetas teriam um ICB ainda maior. Então, para traduzir isso em algumas estimativas: 10 bilhões de estrelas na Via Láctea com média de um planeta por estrela, o que nos leva a 100 milhões de planetas, no mínimo.
Então, o que significa esta métrica? Claro, não há nenhuma garantia de que a vida complexa existe em qualquer um desses lugares – só que as condições poderiam ser favoráveis à vida. Além disso, os pesquisadores explicaram que não quer dizer que qualquer vida nesta categoria seja vida inteligente, mas que a vida pode ser mais complexa do que um micróbio. E os planetas conhecidos com maiores ICB’s tendem a estar mais distantes de nós (um dos mais próximos é o sistema de Gliese 581, que fica a 20 anos-luz de distância).
Leia mais sobre a pesquisa no journal Challenges. Lembre-se que há alguns anos, esse grupo também escreveu sobre um “Indice de Similaridade da Terra”, classificando os exoplanetas no quão perto de nós eles estão.
“Os planetas com maiores valores de ICB tendem a ser maiores, mais quentes e mais velhos do que a Terra”, acrescentou Irwin, “de modo que qualquer busca de vida complexa ou inteligente esteja apenas restrita para planetas como a Terra ou para a vida como a conhecemos na Terra, onde provavelmente seria demasiadamente restrita”.