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Professor diz que já poderíamos construir um elevador espacial flutuante

Traduzido por Julio Batista
Original de Victor Tangermann para o Futurism

O conceito de elevador espacial, um tópico consistentemente popular em obras de ficção científica, existe desde pelo menos o final do século XIX.

A ideia básica é nos permitir chegar ao espaço usando um cabo que está preso à Terra em uma extremidade e a um contrapeso, orbitando a Terra, na outra.

Mas, em vez de ter uma extremidade cimentada na Terra, os cientistas agora argumentam que uma iteração desenvolvida mais recentemente do projeto do elevador espacial poderia ser construída muito mais cedo. O projeto envolve fazer com que ambas as extremidades da corda flutuem inteiramente no espaço, tornando o transporte de cargas úteis de uma órbita para a outra muito mais fácil.

E, como George Zhu, professor de engenharia mecânica da Universidade de York, disse ao The Academic Times, o conceito não é tão rebuscado quanto poderíamos pensar.

“Em termos técnicos, está meio pronto”, disse Zhu à agência. “Ele tem apenas pequenos ajustes de engenharia, e não há nenhuma dificuldade fundamental para fazer isso.”

Em seu paper, publicado na revista Acta Astronautica no mês passado, Zhu argumenta que um “elevador espacial parcial” que envia cargas úteis de uma órbita terrestre inferior para uma superior já é mecanicamente viável hoje.

Resumindo, a ideia é enviar cargas úteis para as partes mais baixas do espaço por meio de foguetes, prendê-las à extremidade inferior da corda e fazer com que elas sejam transportadas para as partes mais distantes da órbita da Terra por meio do elevador.

Esse elevador poderia usar duas, em vez de uma, amarras de cabo para mantê-lo estável.

Isso é principalmente para parar a força rotacional da Terra, o efeito Coriolis, movendo o cabo para frente e para trás, um fenômeno chamado por Zhu de “libração”

“Nossa ideia é que, quando colocarmos duas amarras juntas, uma carga estará subindo e a outra carga descerá, então as forças se cancelarão mutuamente”, disse Zhu ao The Academic Times.

Uma vez que “ambas as extremidades estão flutuando no espaço”, de acordo com Zhu, “a tensão dentro da corda é limitada. O material presente poderia suportar essa tensão.”

Como resultado da economia significativa de combustível envolvida apenas no envio de um foguete para as partes mais baixas do espaço, os foguetes de hoje podem enviar até dez vezes mais carga útil por peso para o espaço, de acordo com o pesquisador.

Existem várias desvantagens nessa abordagem, no entanto. Zhu admitiu ao The Academic Times que uma corda com quilômetros de comprimento teria muita dificuldade para evitar a colisão com destroços.

Por exemplo, a Estação Espacial Internacional tem que disparar rotineiramente seus propulsores para evitar pedaços de lixo espacial que se aproximam. Se estivesse amarrado a uma corda extremamente longa, como sugere Zhang, tais manobras seriam quase impossíveis.

Embora tal elevador espacial não resolva totalmente a questão de ter que gastar grandes quantidades de combustível para decolar e escapar da poderosa atração gravitacional da Terra, ele ainda pode encurtar a jornada necessária de forma significativa, economizando bastante combustível no processo – uma possibilidade intrigante.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.