Pular para o conteúdo

Quatro destinos para turistas amantes da ciência

Traduzido e adaptado por Julio Batista
Original de Javier Yanes (do Ventanas ao Conocimiento) ao Open Mind

Ainda é fevereiro, mas já planejar as férias de julho pode ser uma boa ideia. O que para muitos é o feriado mais longo do ano também é uma oportunidade de desconectar-se de tudo aquilo que nos manteve ocupado no resto do ano. Mas descansar e relaxar não significa que você também deve desconectar seu cérebro: para as mentes mais inquietas, aqui está uma breve lista de alguns destinos turísticos que irão encantar aqueles que também querem levar a ciência para as férias.

Ciência na cidade da arte

Como um dos centros nervosos da arte mundial, Florença, a capital da região da Toscana, Itália, recebe milhões de visitantes todos os anos que lotam suas igrejas e museus. No entanto, a maioria deles sai da cidade sem conhecer uma de suas maiores jóias, que não está exatamente escondida da vista: ao redor da Galleria degli Uffizi, na orla do rio Arno, fica o Museu Galileu, um instituição que revela como as poderosas dinastias da Toscana, Medici e Lorena, também foram grandes patrocinadoras do desenvolvimento científico.

Os dois telescópios de Galileu e a lente emoludurada usada por ele para descobrir as quatro maiores luas de Júpiter. Crédito: Javier Yanes.

A subida ao cume é gratuita, mas deve ser feita em um veículo 4×4 e somente se a empresa de aluguel de carros autorizar. Tanto o centro de informações quanto as várias agências turísticas organizam visitas ao cume, que costuma ter o céu excepcionalmente limpo e seco. Lá no topo, acima das nuvens, a paisagem vulcânica desolada de aparência marciana contrasta com a imagem futurista dos 13 telescópios que exploram o céu no espectro visível, infravermelho, sub-milimétrico e radioelétrico. Os observatórios geralmente não podem ser visitados por conta própria, mas o Observatório Keck tem uma galeria aberta ao público. As visitas ao cume só podem ser feitas até ao anoitecer, mas o espaço para visitantes permanece aberto para observação do céu noturno.

O retrato geológico da extinção dos dinossauros

Há 66 milhões de anos, um asteroide colidiu com a Terra na atual península mexicana de Yucatán. De acordo com a hipótese mais aceita, essa catástrofe foi fundamental na extinção da maioria dos dinossauros e de outras espécies. Do que sobrou do mundo como era antes daquele cataclismo, temos hoje uma infinidade de fósseis que abriram uma janela para a compreender a era dos grandes répteis. Mas em alguns lugares do mundo é possível descobrir os vestígios que esse evento deixou nas páginas rochosas da história da Terra.

O desfiladeiro Stevns Klint. Crédito: Ragnar1904.

O chamado Limite K-Pg (Cretáceo-Paleogeno, anteriormente chamado KT, abreviação de Cretáceo-Terciário), una assinatura geológica rica em irídio, foi originalmente descoberto pelos pesquisadores Luis e Walter Alvarez na cidade italiana de Gubbio, onde pode ser visto como uma fina faixa de sedimentos escuros na estrada que corta os arredores da cidade. Na Europa, outros lugares propícios para ver essa transição nas rochas são o flysch de Zumaia (Espanha) ou os penhascos de calcário do Stevns Klint (Dinamarca), entre outros, enquanto nos Estados Unidos pode ser observada em lugares como Raton Basin (Novo México e Colorado) ou em Hell Creek (Montana). A referência global do Limite K-Pg se encontra em El Kef (Tunísia).

A pegada na terra do grande salto à Lua

No ano passado que comemoramos o 50º aniversário da Apollo 11, a primeira das seis missões tripuladas que levaram o ser humano à Lua, não há nenhuma instituição dedicada a esse feito que não tenha comemorado esse momento histórico com grande festa. Mas é sem dúvida a oportunidade perfeita para abordarmos o local onde tudo começou, o Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral (Flórida).

Traje lunar de Eugene Cernan e seu veículo lunar no Kennedy Space Center. Crédito: Daderot.

A apenas uma hora dos parques temáticos de Orlando, a base de onde todas as missões da Apollo decolaram e os ônibus espaciais – hoje míticos – são incentivos suficientes para dedicar um dia inteiro de visita. As exposições, apresentações e o cinema IMAX são grandes aperitivos – que inclui o ônibus espacial Atlantis – mas sem dúvida o destaque é o passeio de ônibus que mostra as plataformas históricas de lançamento, o edifício da montagem de foguetes e o Centro Apollo/Saturn V, com a exibição do foguete real e de rochas trazidos do satélite terrestre, entre outros artefatos da era Apollo. Como não poderia ser de outra maneira na terra dos parques de diversões, você também pode experimentar a sensação de um lançamento no espaço, assim como o treinamento de astronautas e a simulação de uma base marciana.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.