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Reparo da NASA de longa distância restaura a Voyager 1, a cerca de 24 bilhões de km de distância

Traduzido por Julio Batista
Original de David Nield para o ScienceAlert

A sonda espacial Voyager 1 foi lançada da Terra em setembro de 1977 e está agora a cerca de 23,5 bilhões de quilômetros de casa – e contando. Mas, apesar dessa distância alucinante, cientistas da NASA acabaram de realizar um trabalho de reparo na nave.

Desde maio, a Voyager 1 envia informações distorcidas de seu sistema de articulação e controle de atitude (AACS), que é a parte da sonda que garante que sua antena esteja apontada para a Terra.

Embora o resto da sonda continuasse a se comportar normalmente, as informações enviadas sobre sua saúde e atividades não faziam sentido. Através de uma mudança na forma como os dados são enviados de volta da Voyager 1, o problema foi corrigido.

“Estamos felizes por ter a telemetria de volta”, disse Suzanne Dodd, gerente de projeto da Voyager no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA na Califórnia, EUA.

Os cientistas conseguiram descobrir que a espaçonave havia começado a transmitir dados através de um computador de bordo que se sabia que havia parado de funcionar anos atrás. A equipe da NASA ordenou que a Voyager 1 voltasse para o computador correto para comunicações.

O que ainda não sabemos é por que a Voyager 1 decidiu começar a mudar a forma como estava enviando dados de volta ao seu planeta natal. A explicação mais provável é um comando defeituoso gerado de algum outro lugar nos sistemas eletrônicos da sonda.

Isso, por sua vez, sugere que há outro problema em outro lugar, caso contrário, a troca do computador nunca teria sido feita. No entanto, a equipe da Voyager 1 está confiante de que a saúde a longo prazo da espaçonave não está ameaçada.

“Faremos uma leitura completa da memória do AACS e veremos tudo o que ele está fazendo”, disse Dodd. “Isso nos ajudará a tentar diagnosticar o problema que causou o problema de telemetria em primeiro lugar.”

A Voyager 1 e a Voyager 2 (que na verdade foram lançadas um mês antes de sua gêmea) viajaram tanto em 45 anos que agora estão além do ponto conhecido como heliopausa, onde os ventos solares do Sol não podem mais ser sentidos e o espaço é oficialmente considerado como interestelar.

Apesar da Voyager 1 desligar alguns de seus sistemas e perder algumas funcionalidades nesse período, e a Voyager 2 precisar de alguma solução de problemas também, ambas as sondas continuam a relatar à Terra – mesmo que uma mensagem possa levar cerca de dois dias para percorrer a distância necessária.

A espaçonave enviou imagens de perto de Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, e nos últimos anos continuou gravando e analisando as experiências estranhas e maravilhosas que estão tendo no espaço.

A Voyager 1 não acionou sua rotina de ‘modo de segurança’, o que sugere que não detecta nada defeituoso, e o sinal da espaçonave não enfraqueceu. Se tudo correr bem, ela pode continuar relatando por muitos anos.

“Estamos cautelosamente otimistas, mas ainda temos mais investigações a fazer”, disse Dodd.

Você pode acompanhar a sonda no site Voyager Mission Status.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.