Por Adam Smith
Publicado no The Independent
Houve um Universo anterior antes do Big Bang, e as evidências de sua existência ainda podem ser observadas em buracos negros, disse o vencedor do Prêmio Nobel de Física desse ano.
Sir Roger Penrose fez a afirmação depois de ganhar recentemente o prêmio pela contribuição com a teoria da relatividade geral de Einstein e a prova da existência de buracos negros.
Sir Roger argumenta que a existência de pontos inexplicáveis de radiação eletromagnética no céu – conhecidos como ‘Pontos de Hawking’ – são resquícios de um Universo anterior.
Essa ideia faz parte da teoria da “cosmologia cíclica conforme” do Universo. Ela sugere que esses pontos sejam a expulsão residual de uma energia chamada ‘radiação Hawking’, transferida por buracos negros do Universo mais antigo.
Os buracos negros são uma região do espaço onde a matéria colapsou sobre si mesma e resultou em uma força gravitacional tão forte que nem mesmo a luz pode escapar.
Tal evento pode estar ocorrendo no centro de nossa galáxia. Reinhard Genzel e Andrea Ghez, que dividiram o Prêmio Nobel com Sir Roger, ofereceram a evidência mais convincente de um buraco negro supermassivo no meio da Via Láctea.
Existe a possibilidade de que a escala de tempo para a evaporação completa de um buraco negro seja maior do que a idade de nosso Universo atual e, portanto, não possa ser detectada.
“Afirmo que existe observação da radiação Hawking. O Big Bang não foi o começo. Havia algo antes do Big Bang e esse algo é o que teremos em nosso futuro”, disse Sir Roger, de acordo com o The Telegraph.
“Temos um Universo que se expande cada vez mais, e toda a massa se desintegra, e nesta minha teoria maluca, esse futuro remoto se torna o Big Bang de outro éon. Portanto, nosso Big Bang começou com algo que era o futuro remoto de uma era anterior e teria havido buracos negros semelhantes evaporando, por meio da Evaporação de Hawking, e eles produziriam esses pontos no céu, que eu chamo de Pontos de Hawking. Estamos vendo eles. Esses pontos têm cerca de oito vezes o diâmetro da Lua e são regiões ligeiramente aquecidas. Existem evidências bastante convincentes para pelo menos seis desses pontos”.
No entanto, muitos criticaram a ideia e a existência do tipo de radiação desses buracos negros ainda não foi confirmada.
Além disso, se um Universo infinitamente grande em sua existência tivesse que se tornar um Universo infinitamente pequeno no próximo éon, seria necessário que todas as partículas percam sua massa à medida que o Universo envelhece, uma ideia que também foi recebida com ceticismo.
De acordo com a cosmologia padrão, o Universo passou por uma breve expansão ou ‘inflação’ após o Big Bang, o que teria removido irregularidades na estrutura do Universo.
Em resposta, Sir Roger disse que os buracos negros também foram descartados como existindo apenas na matemática, até que sua existência na realidade fosse confirmada.
“As pessoas estavam muito céticas na época, demorou muito para que os buracos negros fossem aceitos. Eu acho que a importância deles está sendo apenas parcialmente apreciada”, disse ele, conforme relatado pela BBC.