Publicado na EurekAlert!
E se você pudesse marcar células cancerígenas com brilhantes placas que dizem “Estamos aqui!”, de forma que cirurgiões pudessem ter certeza que removeram até a última mancha de tumor? Isso é o que Haiying Liu tem em mente para sua nova sonda fluorescente.
“Médicos precisam localizar com precisão o tecido cancerígeno, mas isso pode ser difícil”, disse Liu, um professor de química na Michigan Technological University. Anticorpos tumorais acoplados com enzimas especiais foram usados para realçar tumores malignos durante a cirurgia, uma vez que eles se ligam às células tumorais, mas eles tem uma desvantagem.
“Eles não tem cor”, ele disse. “Você pode marcar algo, mas se você não pode vê-lo, isso é um problema”. Agora Liu desenvolveu uma sonda que pode se ligar à esses anticorpos com enzima e fazê-los brilhar sob luz fluorescente. O periódico Analytic Chimica Acta recentemente publicou a pesquisa.
A sonda fluorescente tem algumas propriedades medicinais interessantes:
- É fluorescente à frequências próximas ao infravermelho, que pode penetrar tecidos profundos, o que permite que cirurgiões detectem malignicidades enterradas em tecidos sadios
- Resultaria em menos “ruído de fundo” para cirurgiões, já que outros tecidos fluorescentes normalmente brilham em verde ou azul.
- É virtualmente não-tóxica à baixas concentrações
- Responde rapidamente à enzima em concentrações ultra-baixas.
- Sua fluorescência é estável e duradoura, podendo brilhar por horas durante operações tumorais longas.
Essas sondas se ligam à uma enzima que tem um longo histórico na ciência médica. Beta-galactosidase tem sido amplamente utilizada para marcar uma variedade de anticorpos utilizados em multiplas aplicações médicas, incluindo cirurgia de câncer. “Se nós pudermos fazer a beta-galactosidase brilhar forte durante a cirurgia, ela poderá ser muito útil em melhorar os resultados da cirurgia”, disse Liu.
No novo artigo, a equipe de Liu mostrou como a sonda se liga à beta-galactosidase em uma solução de células vivas. No futuro, eles gostariam de colaborar com pesquisadores médicos para refinar seu sistema, incorporando anticorpos contra câncer marcados com enzima e desenvolvendo-o como um guia para cirurgiões.
“Médicos querem remover todo o câncer, mas eles também não querem cortar demais”, disse Liu. “Queremos fazer esse trabalho ficar mais fácil”.