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Sauna pode ajudar no tratamento de Alzheimer e doenças neurodegenerativas

Estudos recentes apresentaram efeitos terapêuticos positivos do aquecimento passivo em pessoas com doença arterial periférica, insuficiência cardíaca crônica, diabetes e depressão. Além disso, o aquecimento passivo também melhora uma série de marcadores fisiológicos de saúde, incluindo parâmetros cardiovasculares, como função endotelial, pressão arterial e rigidez arterial, bem como o controle glicêmico.

Pesquisadores da Queensland University of Technology, Austrália, publicaram uma revisão sistemática no Frontiers in Physiology, indicando que a sauna pode colaborar no tratamento de Alzheimer e outras doenças neurodegenarativas.

O levantamento bibliográfico realizado pelos autores mostrou que a incidência da doença de Alzheimer diminuiu em pessoas que tomaram banhos de sauna moderados a frequentes. Foi relatado também na literatura que o aquecimento corporal habitual, por meio do banho de sauna ou exercício físico, reduz o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas. Ainda, o aquecimento passivo regular tem sido associado a um risco significantemente menor de desenvolver doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.

Com base em uma das referências utilizadas na revisão sistemática, homens que participam do banho de sauna duas a três ou quatro a sete vezes por semana apresentaram uma taxa de risco consideravelmente menor para o desenvolvimento da doença de Alzheimer em comparação com homens que frequentam sauna uma vez por semana ou menos.

Os cientistas também frisaram que o exercício regular também tem um efeito protetor no risco de desenvolver doenças de Alzheimer e Parkinson. Um dado interessante é de que os efeitos da sauna sobre os sintomas do Alzheimer foi similar aos efeitos do exercício físico.

De acordo com as referências levantadas, dentre os mecanismos sugeridos levanta-se a hipótese de que o aumento do fluxo sanguíneo seja um dos fatores envolvidos, principalmente em nível cerebral. A melhora no funcionamento dos vasos sanguíneos no controle da glicemia, hipertrofia muscular e redução do acúmulo de toxinas são outros fatores envolvidos. Ademais, o aumento na expressão das proteínas de choque térmico (heat shock protein-HSP) como resultado da exposição aguda e / ou crônica (repetida) ao aquecimento passivo também é um resultado adaptativo, o qual pode fornecer um processo específico para melhorar a saúde e a função corporal.

Assim, a revisão indica que banhos de sauna são favoráveis para a prevenção dos sintomas da doença de Alzheimer.

Referência

  • Hunt AP, Minett GM, Gibson OR, Kerr GK and Stewart IB (2020) Could Heat Therapy Be an Effective Treatment for Alzheimer’s and Parkinson’s Diseases? A Narrative Review. Front. Physiol. 10:1556. doi: 10.3389/fphys.2019.01556
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br