A cerca de 100 anos-luz do Sistema Solar reside o sistema planetário mais matematicamente perfeito que já vimos.
A estrela no seu centro – uma anã laranja temperada chamada HD 110067 – é orbitada por seis exoplanetas, cada um dos quais viaja em harmonia com os seus mundos adjacentes. Uma cadeia tão perfeita de ressonâncias orbitais é extremamente rara e significa que o sistema permaneceu relativamente estável e imperturbado desde a sua formação, há cerca de bilhões de anos.
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Isto é interessante por si só e os cientistas estão a estudá-lo em conformidade; mas tem outra implicação. Esta estabilidade constante, de acordo com uma equipe liderada pela astrofísica Carmen Choza do Instituto SETI, oferece uma boa oportunidade para a vida emergir, evoluir, crescer e prosperar.
Ela e seus colegas conduziram uma busca minuciosa por sinais de rádio que fornecem evidências de tecnologia passada ou presente, conhecida como assinaturas tecnológicas. Embora não tenham encontrado exatamente nada, eles acreditam que o sistema é intrigante o suficiente para valer a pena ser revisitado no futuro com observações mais sensíveis.
Encontrar assinaturas tecnológicas alienígenas na Via Láctea é uma perspectiva difícil. A galáxia é muito grande e nem sabemos o que procuramos. Se tomarmos a Terra como modelo – o único mundo em que a vida é conhecida com certeza (e, por extensão, o único mundo em que se sabe que a tecnologia surgiu) – os nossos sinais de rádio só se propagaram por uma distância de cerca de 100 anos-luz Além do mais, essas ondas distantes seriam incrivelmente fracas.
Mas podemos pegar no tipo de emissão de rádio produzida pela tecnologia da Terra e extrapolar a partir daí o aspecto de alguma tecnologia alienígena, para gerar uma gama de comprimentos de onda e um padrão de sinais a procurar. Isso é o que os cientistas do SETI fizeram e usam isso para escanear sistemas próximos para ver se conseguem detectar algum sinal que possa corresponder.
O sistema HD 110067 é tentador. Não só é notavelmente estável, como todos os seis mundos são menores que Netuno, e alguns deles poderiam ter água líquida na superfície, que é uma das caixas de seleção que os cientistas usam na busca por vida.
Para procurar tecnologia alienígena, Choza e os seus colegas vasculharam dados de arquivo do Telescópio Green Bank em busca do estiramento e compressão reveladores de frequências-chave à medida que a hipotética civilização girava para frente e para trás em órbita em torno da sua estrela.
Depois de eliminar quaisquer sinais que pudessem ter origem na Terra, os investigadores não encontraram nenhum sinal de tecnologia alienígena daquela estratégia de busca específica. O que é meio chato em certo sentido, mas apenas descarta uma possibilidade do que poderia ser muitas. Quando se trata de alienígenas, nem sabemos o que não sabemos.
O que sabemos é que todas as características físicas do HD 110067 permanecem tão tentadoras como eram antes de os investigadores descartarem assinaturas tecnológicas de uma natureza específica nos dados de arquivo do Green Bank.
“Embora não encontremos sinais com esta pesquisa, prevemos retornar a este sistema e a outros semelhantes no futuro, com métodos de pesquisa cada vez mais sensíveis e diversificados”, escrevem Choza e sua equipe em seu artigo.
“Este sistema incomum continua sendo um alvo interessante para futuras pesquisas de assinaturas tecnológicas.”
A pesquisa foi publicada nas Research Notes of the AAS.
Traduzido de ScienceAlert
