Publicado na Science
Um “bairro” bom não garante necessariamente que sua casa seja habitável. Da mesma forma, mesmo se um planeta orbita dentro da chamada zona habitável em torno de sua estrela-mãe, onde as condições não são nem muito quentes e nem muito frias, a sua atmosfera pode ser hostil à vida – segundo um novo estudo.
Até ” super-Terras”, com massas que estão entre 1 e 10 vezes a do nosso planeta (representada na concepção artística acima) e que, portanto, possuem uma aparência semelhante a Terra, podem ser inabitáveis. Usando simulações de computador, os pesquisadores modelaram o crescimento e evolução de uma variedade de planetas e sua estrela-mãe (semelhante ao Sol) se unindo a partir de uma nuvem (redemoinho) de gás e poeira.
Na maioria dos cenários, os planetas que começaram com um núcleo rochoso entre um décimo e uma vez a massa da Terra perderam suas protoatmosferas ricas em hidrogênio em apenas 100 milhões de anos ou até menos depois que o gás e a poeira em torno da estrela nascente se dissiparam, os pesquisadores publicaram o estudo (online) na Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
Essa perda impulsionada pela intensa radiação ultravioleta da jovem estrela-mãe, ofereceu a esses planetas a oportunidade de desenvolver um ambiente hospitaleiro, só que mais tarde em suas vidas (ou a partir de gases emitidos a partir do próprio planeta ou adquiridos através de impactos de cometas e asteróides), observam os pesquisadores.
Mas em muitos casos, as simulações mostram que até planetas que começam com núcleos rochosos, com tão pouca massa como a da Terra (1,5) podem prender e segurar atmosferas que contenham entre 100 e 1000 vezes a quantidade de hidrogênio encontrada na água nos oceanos da Terra – coberturas densas e espessas, exercendo pressões tão infernais que a vida na superfície dos planetas podem ser impossíveis.