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Tempo médio de incubação do novo coronavírus é de 5,1 dias, dizem novas pesquisas

Por Jacinta Bowler
Publicado na ScienceAlert

Em meio à disseminação da epidemia do novo coronavírus, pode ser difícil encontrar dicas apoiadas na ciência, pois muitas das informações disponíveis são apenas preventivas ou totalmente fake news. Felizmente, estamos obtendo novos dados diariamente.

Agora, a pesquisa mais recente da Universidade Johns Hopkins mostrou que a COVID-19 tem um período médio de incubação de 5,1 dias, o que significa que o período de quarentena de 14 dias recomendado pelas agências de saúde é razoável.

As autoridades de saúde precisam tomar decisões importantes com base em informações limitadas, e é sempre bom ter essas decisões apoiadas pela ciência.

A equipe da Johns Hopkins analisou 181 casos de COVID-19 fora da província de Hubei, na China, antes de 24 de fevereiro deste ano.

Registrando o tempo de possível exposição, início dos sintomas, início da febre e detecção pelas autoridades de cada caso, a equipe criou um modelo de distribuição do período de incubação.

Pra simplificar ao leitor, o período de incubação é o tempo entre a exposição à doença e o início dos sintomas. Isso geralmente ocorre antes do período contagioso, quando é provável que você transmita a doença a outras pessoas.

Ainda não sabemos o quão contagioso é o coronavírus quando as pessoas não estão apresentando sintomas; no entanto, houve alguns relatos de pessoas transmitindo o vírus sem apresentar sintomas.

Dito isto, como em outros coronavírus (como o resfriado comum), é muito mais provável que você transmita o vírus a outra pessoa enquanto estiver tossindo ou espirrando.

Créditos: Lauer, et al., Annals of Internal Medicine, 2020.

A equipe da Johns Hopkins descobriu que menos de 2,5% dos infectados apresentariam sintomas em 2,2 dias; o período médio estimado de incubação foi de 5,1 dias; e 97,5% apresentarão sintomas em 11,5 dias.

“Com base em nossa análise de dados publicamente disponíveis, a recomendação atual de 14 dias para monitoramento ativo ou quarentena é razoável”, diz o epidemiologista Justin Lessler, da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg.

“Embora com esse período alguns casos não sejam encontrados a longo prazo”.

Esse tipo de pesquisa é incrivelmente útil para especialistas em doenças infecciosas que estão tomando decisões políticas sobre o coronavírus.

Há preocupações de que o período de incubação não seja longo o suficiente, depois que outras equipes de pesquisadores descobriram períodos de incubação que duravam até 19 e 24 dias.

Extrapolando a partir do 181 casos nos Estados Unidos, a equipe da Johns Hopkins estimou que para cada 10.000 pessoas em quarentena por 14 dias, cerca de 101 desenvolveriam sintomas após a liberação.

Mais pesquisas – com grupos maiores de pessoas – terão que ser feitas para confirmar se os períodos mais longos de incubação podem causar um problema para as políticas de quarentena atuais adotadas no mundo.

E para o resto de nós, até que uma vacina seja desenvolvida, a melhor maneira de lidar com o vírus é manter a calma e lavar as mãos. E se você se sentir doente – fique em casa.

A pesquisa foi publicada na Annals of Internal Medicine.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.