A química pré-biótica estuda como as moléculas que compõem a maquinaria biológica foram formadas para que o surgimento da vida se tornasse possível.
Em um artigo publicado em uma revista científica alemã, cientistas relataram a formação, sob condições prebióticas, da adenosina monofosfato (AMF) e de seu provável precursor, o pirofosfato de fosforibosila (PFFR) como intermediário, a partir de compostos mais simples presentes no cenário pré-biótico (dihidrogenofosfato de potássio, adenina e D-ribose).
Os pesquisadores descobriram que estes compostos simples, uma vez misturados em condições pré-bióticas (sobre sílica e a suaves 70-130 °C, temperaturas facilmente alcançadas na superfície da Terra pré-biótica), resultam na formação de PFFR e, surpreendentemente, AMF. A observação da formação de PFFR juntamente com a AMF corrobora que o primeiro é um provável precursor da AMF.
O grupo francês pontua que o RNA é um precursor pré-biótico plausível tanto para funções de codificação genética quanto catalíticas, conceito conhecido como hipótese do “mundo do RNA“. Este cenário indica que moléculas precursoras do RNA , isto é, nucleotídeos (o AMF, por exemplo), foram formadas primeiro.
Os autores utilizaram técnicas de ressonância magnética nuclear de fósforo e de espectrometria de massas para confirmar a formação do nucleotídeo essencial AMF e seu precursor PFFR.
Nucleotídeo: moléculas simples que, quando unidas, dão origem ao RNA, molécula essencial na codificação, decodificação, regulação e expressão de genes.
Ressonância magnética nuclear de fósforo: técnica de análise química que monitora núcleos atômicos de fósforo.
Espectrometria de massas: técnica de análise química que fornece a massa de uma molécula como a somatória dos átomos que a compõe.