Por Carlos Zahumenszky
Publicado no Gizmodo
A medicina do câncer tem avançado muito, mas a taxa de cura ainda não é de 100% – e não faltam os que, às vezes por desespero, recorrem às substâncias naturais e terapias alternativas. Um novo estudo quantifica até que ponto essa prática é um tremendo erro.
Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale analisou os casos de câncer registrados na base de dados nacional contra o câncer. A equipe contrastou a taxa de mortalidade em pacientes que recorrem à medicina convencional – medicina científica ou baseada em evidência – contra a doença (radioterapia, quimioterapia e cirurgia) contra os que rejeitam essas técnicas e optam por terapias alternativas.
O resultado do estudo não é uma surpresa: os pacientes que descartam a medicina científica têm duas vezes mais chances de morrer nos primeiros cinco anos após o diagnóstico.
As probabilidades variam em função do tipo de câncer e, em alguns casos, a diferença é ainda mais dramática. Pessoas com câncer de mama, por exemplo, têm até 5,68 vezes mais chances de morrer caso optem apenas pelas terapias alternativas. 41% dos pacientes com câncer de pulmão que continuam seus tratamentos com terapias convencionais sobrevivem aos primeiros cinco anos, em comparação com apenas 20% dos pacientes que optam por terapias alternativas.
No caso do câncer de cólon, apenas 33% das pessoas que submetem às terapias naturais e alternativas sobrevivem. A taxa de sobrevivência no caso de um tratamento mais convencional é de 79%.
Embora essas informações não estejam incluídas na base de dados, os médicos suspeitam que a taxa de sobrevivência das pessoas que optam por tratamentos alternativos é – relativamente – alta apenas porque quando essas terapias não funcionam, elas recorrem à medicina convencional.
Contra o que poderia ser pensado, as pessoas que recorrem aos tratamentos alternativos ou naturais não fazem isso porque não podem pagar pela medicina convencional. Eles geralmente são pacientes de classe alta e têm muito poder de compra. Nos Estados Unidos, as terapias alternativas não recebem qualquer tipo de ajuda por parte da administração ou companhia de seguros. Consequentemente, as pessoas que recorrem as terapias alternativas fazem isso porque podem pagar por elas em sua totalidade.