Por The Conversation
Tudo o que está vivo hoje evoluiu, inclusive o ser humano.
Nossos ancestrais desenvolveram muitas características que os ajudaram a sobreviver em seus ambientes, e ainda temos muitas dessas características hoje. Duas das características mais importantes e centrais são andar sobre duas pernas e ter um cérebro grande.
Sou um estudioso da evolução humana. Eu estudo como a evolução funciona, incluindo como ela mudou a forma dos ossos do crânio e dos tornozelos de humanos e outros primatas.
Então, como os humanos evoluíram e para onde a evolução nos levará no futuro?
O que é evolução
As pessoas transmitem características aos filhos por meio dos genes. Podemos ter diferentes versões dos mesmos genes – chamados de alelos – e a evolução ocorre quando a proporção desses alelos na população muda ao longo de várias gerações.
Os alelos em uma população geralmente ajudam certos indivíduos a sobreviver em seu próprio ambiente. Isso significa que a evolução não é se tornar o mais rápido, ou o mais forte ou o mais inteligente, porque tudo depende do ambiente.
Os primeiros ancestrais dos humanos evoluíram para andar eretos sobre duas pernas há cerca de 6 milhões de anos.
Os cientistas ainda estão tentando descobrir por que nossos ancestrais começaram a andar sobre duas pernas. Hoje, a hipótese mais comum é que andar sobre duas pernas provavelmente ajudou nossos ancestrais a se moverem entre as regiões de floresta que estavam encolhendo devido às mudanças climáticas.
E quanto aos nossos cérebros?
Em relação ao tamanho de nossos corpos, os humanos têm os maiores cérebros do planeta. Os elefantes têm cérebros maiores, mas seus corpos são ainda maiores que os nossos.
Sem grandes cérebros, não seríamos capazes de inovar. Não poderíamos criar alfabetos, enviar máquinas a Marte ou criar vacinas que nos protegem contra o sarampo e outras doenças perigosas. Nossos grandes cérebros tornam possível compartilhar informações culturalmente por meio de livros, histórias ou mesmo filmes, em vez de apenas passar nossos genes para a próxima geração.
Os cérebros de nossos ancestrais ficaram maiores ao longo da evolução humana até cerca de 200.000 a 300.000 anos atrás, quando os humanos modernos, conhecidos como Homo sapiens, apareceram.
Depois disso, os cérebros humanos na realidade passaram a ficar um pouco menores, possivelmente porque nossos corpos ficaram menores ou talvez porque um cérebro um pouco menor precisa não usar tanta energia.
Os humanos ainda estão evoluindo. Por exemplo, pelo fato de terem uma dieta amplamente vegetariana como seus ancestrais tinham, muitas pessoas que vivem na cidade de Pune, Índia, têm uma mutação que os ajuda a processar com mais eficiência os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6. Os vegetarianos podem ter problemas para obter o suficiente desses nutrientes, que são importantes para ter um cérebro saudável.
Humanos no futuro
Ninguém sabe para onde a evolução humana vai nos levar.
Todos os organismos, incluindo humanos, se adaptam a seus ambientes. E esses ambientes podem mudar – às vezes de maneiras totalmente imprevisíveis.
Pode desapontá-lo saber que as pessoas provavelmente não desenvolverão superpoderes como aqueles nos filmes “X-Men” ou de personagens do Universo Cinematográfico Marvel -pelo menos a maioria deles.
No entanto, há um personagem da Marvel que os humanos estão evoluindo para se tornar: o Homem de Ferro.
As invenções de Tony Stark, que se transforma no Homem de Ferro, podem salvar o dia, mas também causar estragos no Universo Marvel.
Como o Homem de Ferro, os humanos são inteligentes o suficiente para inventar coisas que podem fazer com que alguns de nós vivam mais ou se divirtam mais, seja um dispositivo que mantém o coração doente batendo ou um avião que possibilita voar sem asas.
É improvável que os humanos venham a desenvolver olhos de raios laser ou asas saindo de nossas costas, como os personagens dos X-Men, Ciclope e Arcanjo. Mas outras habilidades que os humanos desenvolveram ao longo de milhões de anos de evolução nos permitem fazer muitas dessas mesmas coisas, por meio da inovação.