Traduzido por Julio Batista
Original de Carl Franzen ao The Verge
Nosso Sistema Solar, lar da Terra e dos outros sete planetas, pode ser o equivalente ao nosso próprio quintal em termos astronômicos, mas ainda assim é cheio de surpresas. Uma delas, de acordo com a NASA, é que todo o Sistema Solar tem uma cauda enorme, estimada em 150 bilhões de quilômetros de comprimento (1.000 vezes mais que a distância da Terra ao Sol). Chamada de “heliocauda”, a estrutura é composta de vento solar, ou partículas originalmente liberadas pelo Sol, algumas das quais viajam bilhões de quilômetros além de todos os planetas e escapam do campo magnético ao redor do Sistema Solar. As partículas são invisíveis a olho nu quando atingem a borda do campo. No entanto, os cientistas há muito suspeitavam que nosso Sistema Solar tinha tal cauda com base em observações telescópicas de caudas semelhantes seguindo outros sistemas estelares, mas nossa heliocauda nunca havia sido detectada com precisão – até recentemente.
O crédito pela revelação vai para a missão Interstellar Boundary Explorer (IBEX) da NASA, uma espaçonave não tripulada de detecção de partículas lançada em 2008 e que permanece em órbita ao redor da Terra. “Não tínhamos dados anteriores ao IBEX para nos dizer se existia uma cauda, como ela se parecia ou como várias partículas se comportavam naquela região”, observou Dave McComas, investigador principal do IBEX, em um post de blog em 2013. Mas depois de três anos de observações, a missão finalmente compilou dados suficientes sobre partículas neutras que retornam ao sSstema Solar a partir da cauda, para que os cientistas possam identificá-lo e mapear sua estrutura.
As observações do IBEX não decepcionaram: além de ser enorme em tamanho, a cauda também parece ter uma forma incomum de “trevo”, com quatro lóbulos individuais de partículas que emanam do lado de fora do Sistema Solar e que se contorcem conforme o Sistema Solar se move pela galáxia, graças à pressão do campo magnético do sistema. Os cientistas ainda estão trabalhando para descobrir o comprimento da cauda – 150 bilhões de quilômetros pode ser uma estimativa conservadora, mas os resultados iniciais apareceram em um estudo publicado no The Astrophysical Journal.