Por Jennifer Eigenbrode
Publicado no Space Answers
Astrobiólogos consideram o planeta Marte e as luas Titã (de Saturno), Europa (de Júpiter) e Encélado (de Saturno) como possíveis lugares habitáveis em nosso Sistema Solar. No entanto, acredito que o melhor lugar para procuramos sinais de vida alienígena é nas rochas de Marte que estão protegidas contra a radiação ionizante que atualmente bombardeia a superfície do planeta. Encontrar assinaturas de vida microbiana extraterrestre antiga e confiar nessa conclusão dependerá em grande parte da qualidade do registro conservado. A radiação pode alterar seriamente registros de bioassinaturas antigas, especialmente os orgânicos, mas não sabemos realmente até que ponto. A realidade é que qualquer alteração química e física pode complicar e reduzir a nossa confiança na interpretação de sinais de vida antiga. O mesmo é verdadeiro para interpretar bioassinaturas terrestres antigas.
Na Terra, a vida é onipresente – encontramos vida em quase todos os ambientes extremos. Isto nos mostra que os micróbios são incrivelmente adaptáveis. No entanto, os micróbios nem sempre prosperam em ambientes extremos. Nós encontramos mais vida e diversidade onde as fontes de nutrientes, alimentos e energia são abundantes. Em Marte, eu acho que é justo supor que se a vida existiu lá, seria muito adaptável também.
Ao longo dos éons, a vida pode ter aprendido a lidar ou mesmo utilizar radiação ionizante, movendo-se para ambientes protegidos, como o subsolo, e usando a evolução bioquímica para reparar danos às células. Em qualquer caso, a radiação ionizante faz da superfície rochosa um ambiente extremo. Se os micróbios se adaptaram a viver nestas rochas da superfície, eles podem florescer se houvesse uma forma de os nutrientes circularem nas rochas. Talvez a missão ExoMars irá descobrir pistas para a habitabilidade moderna deste ambiente de subsolo mais protegido e se há vida lá.