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Aqui está: as imagens espetaculares da NASA pousando em um asteroide

Por Michelle Starr
Publicado na ScienceAlert

Quer um pequeno lembrete de como nós, humanos, podemos ser incrivelmente inteligentes? Ontem, a uma distância de mais de 320 milhões de quilômetros daqui, os cientistas da NASA pilotaram uma espaçonave para pousar suavemente em um asteroide giratório, coletando uma amostra de rocha e poeira da superfície para trazer de volta à Terra.

Às 19h08, horário de Brasília, o sinal da espaçonave OSIRIS-REx alcançou a Terra para nos informar que havia pousado com sucesso no local de coleta apelidado de Nightingale no asteroide Bennu, a um metro de seu alvo, e decolou com segurança novamente após apenas 6 segundos de contato.

Durante este tempo, o braço do Mecanismo de Aquisição de Amostra Touch-and-Go (TAGSAM) coletou uma amostra considerável de poeira e rocha do asteroide para um estudo mais abrangente.

Ontem, a transmissão ao vivo da NASA do evento mostrou uma animação CGI do pouso, já que a taxa de transferência de dados do OSIRIS-REx é de apenas 40 bits por segundo – muito baixa para uma transmissão de vídeo ao vivo. Mas a espaçonave estava fotografando o processo, e agora essas imagens chegaram em casa para serem compiladas em um timelapse espetacular.

O gerador de imagens SamCam tirou uma foto a cada 1,25 segundo, o que permitirá aos cientistas aqui na Terra estudar o desempenho da espaçonave. O vídeo abaixo é composto por 82 fotos, cobrindo um período de cinco minutos a partir de uma altitude de cerca de 25 metros, até o toque, então quando a espaçonave dispara seus propulsores para decolar para uma altitude de 13 metros.

“Após o contato inicial, o ‘punho’ do TAGSAM parece esmagar algumas das rochas porosas abaixo dela”, escreveu a astrônoma e cientista do OSIRIS-REx Brittany Enos, da Universidade do Arizona (EUA), em uma postagem da NASA.

“Um segundo depois, a espaçonave dispara uma cápsula de nitrogênio, que mobiliza uma quantidade substancial do material do local da amostra. Os dados preliminares mostram que a espaçonave gastou aproximadamente 5 dos 6 segundos de contato coletando material de superfície, e a maior parte da coleta de amostra ocorreu dentro os primeiros 3 segundos”.

O TAGSAM é projetado para coletar material levantando a poeira e rocha ao redor e, em seguida, pegar esses detritos. A equipe está esperando pelo menos 60 gramas de regolito de asteroide, mas não saberemos até alguns dias quanto material exatamente o OSIRIS-REx conseguiu capturar.

A amostra retornada, tão arduamente conquistada, será inestimável. Os cientistas esperam usar sua composição química para servir de base para as estratégias de prevenção da colisão de asteroides na Terra e investigar as possibilidades de mineração de asteroides.

Acredita-se que asteroides como o Bennu permaneceram relativamente inalterados desde sua formação nos primeiros dias do Sistema Solar. Assim, as rochas e poeira recuperadas pelo OSIRIS-REx serão uma oportunidade rara para entender a composição química primitiva da nuvem de poeira que deu origem ao Sol e aos planetas.

Como observou o investigador principal da OSIRIS-REx, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, “tudo se resume a compreender nossas origens, abordando algumas das questões mais fundamentais que nós fazemos como seres humanos: de onde viemos? E estamos sozinhos no Universo?”.

O OSIRIS-REx deve retornar à Terra em 2023, contribuindo para uma pequena mas crescente coleção de poeira de asteroide. A sonda japonesa Hayabusa coletou e retornou com sucesso uma amostra do asteroide Itokawa para a Terra em 2010.

E no ano passado, vimos Hayabusa2 coletar com sucesso uma amostra do asteroide Ryugu. Ela deve retornar com a amostra à Terra em apenas alguns meses, enquanto voa em direção ao asteroide 1998 KY 26 para um encontro em 2026.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.