Pular para o conteúdo

Astrônomos mapearam a trajetória de asteroides perigosos para os próximos 1.000 anos

Traduzido por Julio Batista
Original de Paul M. Sutter para o Universe Today

É tão inevitável quanto o nascer do sol e a vinda das marés. Algum dia, outra grande rocha do espaço colidirá com a Terra. Aconteceu por bilhões de anos no passado e continuará a acontecer por bilhões de anos no futuro.

Até agora, a humanidade teve sorte, pois não tivemos que enfrentar uma ameaça tão catastrófica. Mas se quisermos sobreviver neste planeta a longo prazo, teremos que aceitar a realidade dos perigosos asteroides e nos preparar.

Organizações ao redor do mundo continuam monitorando os céus. Eles estão criando mapas e catálogos de todos os objetos próximos da Terra potencialmente perigosos, ou OPTs. Obviamente, as rochas maiores representam uma ameaça maior, mas felizmente são menos numerosas. E embora nosso censo de OPTs perigosos não esteja completo, temos mapas confiáveis ​​de quase todos os asteroides potencialmente perigosos com mais de um quilômetro de diâmetro.

Isso é útil, para dizer o mínimo, porque asteroides em escala de quilômetros têm o potencial de não apenas destruir cidades inteiras, mas também podem causar danos ecológicos significativos em todo o mundo.

Para estimar o risco que esses grandes OPTs representam, uma equipe de astrônomos previu suas órbitas nos próximos mil anos. A análise deles sugere que nenhum desses OPTs em escala de quilômetros representa um risco significativo para nós no próximo século.

No entanto, temos dificuldade em prever as órbitas desses OPTs além disso. Isso ocorre porque na dinâmica orbital pequenas mudanças podem levar a grandes efeitos em enormes escalas de tempo. Uma pequena diferença na quantidade de aquecimento que um asteroide recebe do Sol, ou um puxão inesperado de Júpiter, poderia enviar um asteroide em uma trajetória que em alguns milhares de anos acabaria cruzando a Terra.

Este diagrama mostra as órbitas de 2.200 objetos potencialmente perigosos, conforme calculado pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) do JPL. Em destaque está a órbita do asteroide duplo Didymos, o alvo da missão DART (Double Asteroid Redirect Test) da NASA. (Créditos: NASA/JPL-Caltech)

Os astrônomos estudaram o encontro mais próximo possível entre os perigosos OPTs conhecidos e a Terra. Eles examinaram particularmente como essa distância mais próxima muda ao longo de centenas e milhares de anos. Eles fizeram isso por meio de uma série de simulações que mapearam o maior número possível de trajetórias orbitais, dadas as incertezas nas atuais posições orbitais e velocidades dos OPTs.

Os astrônomos identificaram um OPT em particular, o asteroide 7482, como especialmente perigoso. Este asteroide passará uma quantidade significativa de tempo perto da Terra no próximo milênio. Embora isso não signifique necessariamente que atingirá nosso planeta, significa que esta rocha apresenta a maior chance de colisão nos próximos mil anos.

Os pesquisadores também destacaram outro asteroide, o asteroide 143651, que tem uma órbita tão caótica que é impossível prever sua posição exata após algumas décadas. Assim, embora possa ou não representar uma ameaça, com base em nossa compreensão atual de sua posição e velocidade, não podemos dizer com certeza.

Ao todo, os astrônomos identificaram 28 candidatos que têm uma probabilidade acima de zero de um “encontro profundo”, o que significa que passarão a uma distância menor que a da Lua.

Nenhum desses objetos pode atingir a Terra nos próximos cem ou mil anos, mas se quisermos sobreviver a longo prazo, definitivamente precisamos prestar atenção a eles.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.