Não sabemos nada sobre o que aconteceu antes do Big Bang. Mas existe uma história interessante que se iniciou junto com a expansão do universo: os elementos químicos.
Nêutrons, prótons e elétrons tiveram sua origem no instante inicial, quando toda a energia estava condensada com toda a matéria. A temperatura era tão absurdamente alta e decaía tão rapidamente, aliada com a expansão, que as partículas mencionadas acima tiveram chance de se unirem e formar átomos de hidrogênio, o elemento mais simples e abundante do nosso universo, com um só próton e um elétron.
A gravidade é a responsável pela criação de todos os demais elementos da natureza. Agora, como isso aconteceu?
A resposta está nas estrelas.
Enquanto o universo se expandia, os átomos de hidrogênio começaram a se unir por meio da força gravitacional, formando as primeiras estrelas do nosso universo. Quanto mais átomos de hidrogênio, maior a distorção do espaço-tempo em volta da estrela e mais intenso o “peso” da mesma sobre o seu núcleo.
Os vários átomos de hidrogênio não aguentaram a pressão, e começaram a se fundir uns com os outros. Essa fusão mudou o número de prótons e nêutrons para dois. Tcharan! Surgiu nosso amigo Hélio. Além da criação de um novo elemento, esta fusão libera uma quantidade imensa de energia térmica, o que explica, por exemplo, o motivo do Sol ser quente. Mais importante que isso, essa liberação de energia é o que impede as estrelas de caírem dentro delas mesmas. Estranho, não? Mas é. Quando mais energia é liberada no núcleo, mais a nossa estrela consegue suportar o peso dela mesma.
O problema acontece bem depois do hélio se transformar em outros elementos. O problema está no momento que a estrela começa a produzir Ferro. Nesta etapa, ela precisa de mais energia para fundir os átomos deste elemento do que é liberado na hora da fusão. Aí, o peso começa a fazer a estrela cair dentro dela mesma e diminuir de tamanho. Caso ela seja realmente imensa, um buraco negro pode surgir.
Quando a estrela é realmente grande, ao chegar na etapa da fusão ao ferro, as camadas externas começam a cair em direção ao centro, comprimindo a mesma. Mas, ao chegar perto do núcleo, as partículas se chocam e mudam o sentido do seu deslocamento, fazendo com que a estrela expanda e fique muitas vezes maior que seu tamanho original, liberando muita radiação. A violência deste fenômeno é o que cria elementos mais pesados que o ferro.
Somos feitos destes mesmos elementos. Somos feitos de restos de estrelas.