Você provavelmente já ouviu aquela história de que é possível ultrapassar a velocidade da luz com um laser no quintal de casa… é uma proposta muito tentadora. De acordo com a teoria, se você apontar um laser para uma das extremidades da Lua e movê-lo o mais rápido possível para a outra extremidade, a velocidade da luz seria quebrada. Supondo que isso realmente funcionasse, por que nós aprenderíamos a vida inteira que não existe velocidade mais rápida do que a da luz? Para a felicidade dos físicos e dos nossos professores, nada nesse experimento ultrapassa a velocidade da luz.
Assim como no exemplo da luz, as reações que acontecem entre as partículas são muito rápidas. Se imaginarmos um laser como um simples emitidor de fótons, toda a explicação pode ser resumida em poucas linhas. A luz, além de ser uma onda, é formada por partículas denominadas fótons. Cada fóton carrega uma pequena quantidade de energia, embora eles não possuam massa nem carga. Todos os fótons emitidos pelo seu laser vão se mover à velocidade da luz até a Lua. O que acontece é um efeito de ótica, como o explicado no último vídeo do Ciência Todo Dia:
Quando você agitar o seu pulso, a direção para a qual o laser está apontado muda. Com isso, os fótons terão de percorrer um novo caminho. Faça isso rápido o suficiente em qualquer superfície na Terra e perceba que os seus olhos vão interpretar a mensagem como se fosse uma linha ininterrupta. Se alguém estivesse olhando de longe, os fótons à caminho criariam esse padrão que você pode ver na imagem abaixo. Os fótons emitidos por último chegarão por último à Lua, de maneira muito parecida com a água que sai de uma mangueira.
Para um observador na Terra, a linha formada por esses fótons pareceria acompanhar o movimento do laser, mas não é isso que acontece. Caso você estivesse na Lua e possuísse uma visão incrivelmente rápida, a linha se moveria no máximo à velocidade da luz, nunca ultrapassando ela.