Traduzido por Julio Batista
Original de David Nield para o ScienceAlert
A mais recente estrela do campo da robótica é um minúsculo micromotor que pode identificar, capturar e transportar células individuais. É um grande feito de engenharia que pode encontrar usos desde a medicina até a purificação do ar.
É importante ressaltar que tanto os campos elétricos quanto os magnéticos podem controlar a máquina – e este último será vital se o robô microscópico for eventualmente implantado no corpo humano, que é o que seus inventores pretendem.
O robô varia de 5 a 27 micrômetros de diâmetro e é feito de uma esfera de poliestireno especialmente projetada revestida com materiais condutores de cromo, níquel e ouro.
“O desenvolvimento da capacidade do micro-robô de se mover de forma autônoma foi inspirado por micronadadores biológicos, como bactérias e espermatozoides”, disse o engenheiro mecânico Gilad Yossifon, da Universidade de Tel Aviv, em Israel. “Esta é uma área de pesquisa inovadora que está se desenvolvendo rapidamente, com uma ampla variedade de usos.”
Este micromotor possui uma lista impressionante de recursos. Ele pode se mover de célula para célula, identificar diferentes tipos de células, reconhecer se as células estão saudáveis ou morrendo, transportar células e aplicar drogas ou um gene específico a uma célula.
Os pesquisadores usaram o robô para capturar células sanguíneas individualmente, células cancerígenas individualmente e uma única bactéria. Ainda não foi testado dentro do corpo humano, mas essa é uma das áreas em que pode ser potencialmente eficaz.
Graças à maneira como ele detecta nativamente o status da célula por meio de sinais elétricos, o micromotor pode eventualmente ajudar em certos tratamentos contra o câncer, identificando células que estão morrendo dentro do corpo.
“Nosso novo progresso avança significativamente a tecnologia em dois aspectos principais: propulsão híbrida e navegação por dois mecanismos diferentes, elétrico e magnético”, disse Yossifon.
“Além disso, o micro-robô tem uma capacidade aprimorada de identificar e capturar uma única célula, sem a necessidade de marcação, para teste local ou recuperação e transporte para um instrumento externo”.
Uma das áreas em que esse novo robô tem muito potencial é na análise de células individuais. Como o nome sugere, é onde os cientistas observam o comportamento e as propriedades das células isoladamente, e não em um organismo biológico maior.
Você pode imaginar grupos desses micromotores entregando drogas dentro do corpo ou limpando poluentes em um ambiente; é algo muito promissor.
A nova invenção também pode ser útil quando se trata de biópsias líquidas, disseram os pesquisadores, aquelas situações em que sangue ou outro tipo de fluido corporal precisa ser coletado e analisado.
“Essa pesquisa foi realizada em amostras biológicas em laboratório para ensaios in vitro”, disse Yossifon, “mas a intenção é desenvolver no futuro micro-robôs que também funcionem dentro do corpo – por exemplo, como portadores eficazes de medicamentos que pode ser guiado com precisão para o alvo.”
A pesquisa foi publicada na Advanced Science.