A depressão é um quadro de saúde mental, presente em cerca de 27% da população mundial. As características clínicas são predominantemente diminuição do humor, redução de energia e diminuição da atividade.
Dentro desse contexto, um estudo realizado por cientistas da Justus-Liebig University, Alemanha, publicada na Scientific Reports, levantou três propostas: (1) examinar se os escores da fadiga diferem entre pessoas com depressão e saudáveis não-deprimidos; (2) investigar se a concentração de certos marcadores pró-inflamatórios diferem entre os dois grupos e; (3) testar se há uma associação entre a inflamação e os escores de gravidade da depressão.
Foi uma pesquisa de caso-controle. Foram incluídos 43 pacientes com diagnóstico de depressão ou episódio depressivo e 51 controles saudáveis, com idades entre 18 e 65 anos. Os grupos foram pareados por idade e sexo.
A coleta de dados foi realizada entre novembro de 2018 e setembro de 2019. Foram analisados voluntários com depressão, mas sem episódio psicótico concomitante. Pacientes com outras doenças psiquiátricas (transtorno bipolar, transtorno de personalidade, síndrome de adaptação e transtorno de estresse pós-traumático) foram incluídos desde que o paciente estivesse com depressão e isso predominasse nos últimos seis meses.
Os critérios de exclusão foram conhecimento insuficiente do idioma alemão, limitações cognitivas que não permitiram a participação, particularmente limitações visuais ou auditivas. Os indivíduos não poderiam participar se sofressem de doenças agudas ou crônicas ou de qualquer tipo, particularmente relacionadas à infecção, exceto a depressão.
Os resultados apontaram uma clara diferença em todas as dimensões da fadiga em participantes deprimidos em comparação com não-deprimidos. As dimensões da fadiga, mas não a gravidade da depressão, mostraram diferenças nas concentrações de citocinas pró-inflamatórias, incluindo a interleucina 6 e fator de necrose tumoral alfa. Essas citocinas também estavam aumentadas nos pacientes com depressão. Foi observado também que a gravidade da depressão foi associada aos marcadores inflamatórios. Portanto, a pesquisa sugere que a inflamação sistêmica está estritamente envolvida com a fadiga na depressão.
Referência
- Pedraz-Petrozzi, B., Neumann, E. & Sammer, G. Pro-inflammatory markers and fatigue in patients with depression: A case-control study. Sci Rep 10, 9494 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-66532-6