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Foto de família tirada pelo Solar Orbiter mostra Vênus, Terra e Marte brilhando como estrelas

Traduzido por Julio Batista
Original de Michelle Starr para o ScienceAlert

De vez em quando, temos um pequeno vislumbre de quão longe foi a engenhosidade humana.

Sério: a imagem acima foi tirada por uma espaçonave viajando pelo Sistema Solar enquanto estava a uma distância de 251 milhões de quilômetros da Terra – quase duas vezes a distância entre a Terra e o Sol.

Ela foi capturada pela NASA e pelo Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia, uma missão para estudar o Sol, em 18 de novembro de 2020, enquanto estava a caminho de seu destino. Ela se junta a uma coleção de fotos da Terra tiradas por instrumentos muito além de onde os próprios humanos podem se aventurar.

Mas não é apenas a Terra na imagem do Solar Orbiter; Vênus e Marte também aparecem, a 48 milhões e 332 milhões de quilômetros da espaçonave, respectivamente. É um lindo retrato de família – três planetas rochosos, tão semelhantes em muitos aspectos, mas muito diferentes uns dos outros – visto através de um instrumento científico – o Imageador Heliosférico – projetado para estudar o coração do Sistema Solar.

Vênus, Terra (Earth) e Marte (Mars). (Créditos: ESA/NASA/NRL/Solar Orbiter/SolOHI)

O Solar Orbiter foi lançado em fevereiro de 2020 e sua missão foi planejada para sobrevoar Vênus várias vezes a fim de aproveitar a gravidade do planeta para um aumento de velocidade, uma manobra conhecida como auxílio da gravidade. A imagem dos planetas foi tirada enquanto o Solar Orbiter se movia em direção a Vênus para um desses voos.

No momento em que o Solar Orbiter se posicionar em torno do Sol para iniciar as operações em novembro de 2021, ele estará se distanciando do plano planetário para ver as regiões polares do Sol. Isso será extremamente empolgante, pois, devido ao nosso ponto de vista na Terra, nunca visualizamos diretamente os polos do Sol.

Enquanto estiver em trânsito, o Solar Orbiter estará fazendo observações. Isso ajuda a equipe do Solar Orbiter aqui na Terra a calibrar e testar os instrumentos a bordo, mas esses dados podem ser usados ​​para análises científicas, também, de planetas, do vento solar, do clima espacial.

Também nos dá uma pequena e inspiradora lembrança da fragilidade e resiliência de nossa própria existência. Essas fotos sempre trazem à mente as palavras de Carl Sagan, em seu livro Pálido Ponto Azul, de 1994, de uma foto da Terra tirada pela Voyager 1 em seu caminho para o exterior do Sistema Solar.

“Olhem de novo esse ponto. É aqui, é a nossa casa, somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram as suas vidas”, escreveu ele.

“O conjunto da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada professor de ética, cada político corrupto, cada ‘superestrela’ cada ‘líder supremo’, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali – em um grão de pó suspenso num raio de sol.”

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.