A palavra “idiocrasia” vem de um filme de 2006, chamado “Idiocracy“. O filme, que é de humor negro, retrata dois personagens que se inscrevem para um experimento militar de hibernação, que acaba dando tremendamente errado: eles despertam 500 anos no futuro e descobrem então, que o mundo se tornou uma sociedade humana uniformemente estúpida.

Nossa sociedade valoriza os fortões, bonitões e burros, enquanto despreza os inteligentes. No Brasil, o modelo para nossas crianças não são pessoas como Albert Einstein e Carl Sagan, mas pessoas como Neymar, Pato e Ganso. O nível de aplicação em educação por nossos governantes é risível. Não importa com que partido você simpatize: todos agem assim e a coisa tem estado assim desde antes do golpe de 64. Talvez desde a independência.

Apesar disso tudo, conseguimos produzir cientistas do calibre de Miguel Nicolelis, mas nossa produção intelectual, que se traduz, por exemplo, no número de pedidos de patentes, é risível. Pior: mesmo Miguel Nicolelis, com todo o conhecimento científico que já produziu, é pouquíssimo conhecido em nosso país. Brasileiros como ele ganham fama apenas no exterior, infelizmente.
Outro problema é a quantidade de livros que lemos ao ano. Eu ou você, que lê este artigo, podemos até ler uma quantidade razoável, mas e o restante das pessoas? A verdade é que, sempre que pego um livro para ler em público, não importa o tema, as pessoas ao redor começam a me olhar e a torcer o nariz. Às vezes parece até que ter o hábito de ler se tornou uma doença grave.

Meu ponto é: até onde chegaremos com isto? Até quando as pessoas vão se conformar em ser idiotizadas por emissoras de TV que só passam porcarias; por governos que não dão a mínima para a educação; e por diversos outros meios? Não sei. Às vezes penso em fazer como muitos já fizeram: cuidar de meus estudos, sair do país e dar um “foda-se” para tudo isto aqui. Mas, não sei, acho que sou teimoso demais para isso.



