67P/Churyumov–Gerasimenko receberá módulo da sonda Rosetta em agosto deste ano
NASA
Tradução: Peter Ferrer
O alvo da sonda Rosetta começou a revelar a sua verdadeira personalidade de cometa. Seu véu de poeira claramente se desenvolveu ao longo das últimas seis semanas.
As novas sequências de imagens do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko foram tiradas entre 24 de março e 4 de maio, à medida que a distância da sonda ao cometa diminuiu de 5 milhões de quilômetros para 2 milhões de quilômetros. No fim da sequência, a coma¹ da cometa se estende cerca de 1300 km no espaço. Por comparação, o núcleo tem aproximadamente 4 km de diâmetro e não pode ainda ser discernido.
A coma de 67P/Churyumov–Gerasimenko se deve ao movimento gradual do cometa para mais próximo do Sol ao longo de sua órbita de 6,5 anos. Apesar dele ainda estar a mais de 600 milhões de quilômetros da nossa estrela – quatro vezes a distância entre a Terra e o Sol – sua superfície já começou a aquecer, fazendo com que o gelo na superfície sublime e o gás escape do seu núcleo de gelo e rocha.
O gás escapando também carrega uma nuvem de minúsculas partículas de poeira no espaço, que lentamente se expande para criar a coma. Conforme o cometa continua se movendo para mais perto do Sol, o aquecimento continua e a atividade aumenta. A pressão do vento solar empurrará, eventualmente, parte do material ao longo de uma cauda.
O Optical, Spectrocopic and Infrared Remote Imaging System (OSIRIS) e as câmeras de navegação dedicadas da sonda têm regularmente capturado imagens para ajudar a determinar a trajetória exata de Rosetta em relação ao cometa. Com essas informações, a sonda já começou a série de manobras que lentamente a colocarão na direção do cometa antes dos seus encontros na primeira semana de agosto. Observações científicas detalhadas ajudarão, então, a encontrar o melhor local no cometa para que o módulo Philae desça na sua superfície em novembro.
Cometas são cápsulas do tempo contendo o material primitivo da época em que o Sol e seus planetas se formaram. Estudando o gases, poeira e a estrutura dos núcleos e materiais orgânicos do cometa, remotamente e com observações no local, a missão Rosetta deverá se tornar a chave para desvendar a história e evolução do nosso Sistema Solar, assim como responder questões relativas à origem da água da Terra e, talvez, até mesmo à vida. Esta será a primeira missão na história a encontrar um cometa, acompanhá-lo conforme ele orbita o Sol, e implantar um módulo em sua superfície.
[1] Pequena atmosfera temporária e difusa dos cometas quando se aproximam do Sol.
Para mais informações sobre a missão, acesse:
http://rosetta.jpl.nasa.gov | http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Rosetta
Notícia original (em inglês):
http://www.nasa.gov/jpl/rosetta/comet-20140515/index.html#.U3V0kPldVu4