Ir para o Espaço é caro. Atualmente, chegar à Orbita Baixa Terrestre custa em torno de 20.000 dólares por quilograma. Ou seja, levar uma pessoa de 70kg custa cerca de R$5.180.000, levar um par de meias custa R$4.000 e até mesmo levar um hambúrguer de apenas 300g pode custar mais do que R$22.000.
Mas o ser humano é incrível. Nós temos a capacidade de desenvolver e otimizar coisas já existentes para deixar elas menos caras e mais acessíveis.
E foi exatamente o que aconteceu com os foguetes reutilizáveis da SpaceX. Um foguete, em termos de massa, é cerca de 80% propelente, 16% o foguete em si e somente 4% de carga. Essa carga inclui os astronautas, equipamentos, comida e tudo o mais que precisarmos levar. Só que quando falamos em termos de custo, as coisas se invertem. O foguete é o mais caro, seguido do propelente.
Quando a SpaceX começou a fazer viagens rotineiras de entrega de carga para a Estação Espacial Internacional, o preço por quilograma de carga caiu de 20.000 dólares para 2.500 dólares. Antes, levar um quilograma de qualquer coisa para o Espaço podia custar R$75.000. Agora, custa R$9.400. Isso é um oitavo do preço original.
Então estamos bem, ao menos por agora. Mas isso não muda o fato de ainda ser caro ir para o Espaço. Se quisermos enviar humanos para Marte, criar colônias permanentes em órbita ou até mesmo na Lua, precisaremos abaixar ainda mais esse preço.
E é aí que entra o elevador espacial. A ideia, que parece vinda diretamente dos livros de ficção científica, é basicamente estender um cabo até uma distância muito maior do que a da órbita geoestacionária, que fica a cerca de 35.000km de altitude.
Dessa maneira, o cabo seria mantido erguido e tensionado pela ação de duas forças: a força peso, que puxaria o cabo do elevador para baixo e uma força centrífuga que puxaria o cabo para cima.
Se quiséssemos otimizar ainda mais o sistema, colocaríamos um contrapeso na ponta desse cabo. Poderíamos juntar lixo espacial ou usar algum asteroide como contrapeso. Isso manteria o cabo ainda mais tensionado e serviria como uma espécie de força restauradora, o que tornaria o sistema um grande pêndulo. Isso seria importante para manter tudo estável, afinal, estaríamos mandando equipamentos caríssimos para órbita.
O fascinante da ideia de um elevador espacial é o fato de, pelo cabo estar se movendo com a mesma velocidade da Terra e a velocidade radial aumentar com a distância até o centro do planeta, para colocar um objeto em órbita geoestacionária precisaríamos apenas ir até essa altura (35.000 km) e soltar o objeto. Apenas isso, nada de foguetes, combustível ou complicações. Isso é, além do pesadelo de engenharia que seria construir um elevador desses. Alguns especialistas estimam que o preço por quilograma de enviar algo para o Espaço cairia dos 2.500 dólares atuais para apenas 250 dólares. Isso é uma redução e tanto!
Se você quiser saber mais sobre elevadores espaciais e sobre a possibilidade de construir um desses, dê uma conferida no vídeo do Ciência Todo Dia sobre o tema: