Traduzido por Julio Batista
Original de David Nield para o ScienceAlert
A NASA continua a se superar com as imagens majestosas do espaço que continua lançando – mas mesmo para os altos padrões da agência, um timelapse de 12 anos da totalidade do céu noturno é uma conquista impressionante.
As imagens foram capturadas ao longo desses anos pelo telescópio espacial NEOWISE (Near-Earth Object Wide Field Infrared Survey Explorer ou Explorador de Varredura em Infravermelho de Campo Amplo de Objetos Próximos à Terra, na tradução livre), que foi originalmente lançado em 2009 sob o nome anterior ‘WISE’ para estudar o Universo fora do nosso Sistema Solar.
Desde então, foi reaproveitado e renomeado para rastrear objetos próximos da Terra, incluindo asteroides e cometas.
Os dados coletados pelo NEOWISE dão aos cientistas uma visão inestimável de como os objetos celestes estão se movendo e mudando ao longo do tempo (astronomia dos fenômenos transitórios) – sejam estrelas explodindo ou vagando pelo céu noturno ou buracos negros engolindo gás.
“Se você sair e olhar para o céu noturno, pode parecer que nada muda, mas esse não é o caso”, disse a astrônoma Amy Mainzer, da Universidade do Arizona (EUA), que é a principal investigadora do NEOWISE.
As leituras feitas pelo NEOWISE mostram a localização de centenas de milhões de objetos e a quantidade de luz infravermelha que cada um está emitindo. Essas informações podem ser analisadas para descobrir o que um objeto está fazendo.
Os dados de um céu noturno inteiro são coletados a cada seis meses (o tempo que o telescópio leva para percorrer metade do caminho ao redor do Sol), e os astrônomos agora costuraram 18 desses mapas para formar o timelapse.
Os mapas têm sido particularmente úteis para estudar anãs marrons – objetos que não têm massa suficiente para desencadear a fusão necessária para se tornar uma estrela brilhante, apesar de começar sua existência de maneiras semelhantes. Aquelas que estão mais próximas da Terra parecem passar mais rápido pelo céu do que objetos mais distantes, permitindo que o NEOWISE as identifique mais facilmente.
Cerca de 260 anãs marrons já foram identificadas pelo telescópio e, graças às suas investigações, temos o conhecimento de cerca de duas vezes mais anãs Y – as anãs marrons mais frias que são de particular interesse para os astrônomos, fornecendo pistas sobre a eficiência da geração de estrelas e seu tempo na evolução da nossa galáxia.
“Nós nunca antecipamos que a espaçonave estaria operando por tanto tempo, e eu não acho que poderíamos ter previsto a ciência que poderíamos fazer com tantos dados”, disse o astrônomo Peter Eisenhardt, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Califórnia.
Também estamos aprendendo mais sobre como as estrelas se formam através da varredura do céu do telescópio: as protoestrelas se destacam como objetos tremeluzentes antes de se tornarem estrelas, e os cientistas agora estão rastreando quase 1.000 delas para ver como se desenvolvem.
Depois, talvez haja o objeto celestial mais atraente de todos – o buraco negro. Os dados do NEOWISE podem ser usados para identificar as explosões de luz infravermelha das nuvens de matéria que giram em torno de buracos negros, permitindo-nos ver esses objetos a uma distância maior.
O trabalho está longe de terminar e o NEOWISE continua sua jornada de mapeamento, com mais dois mapas do céu previstos para março de 2023. Espere muito mais a ser revelado pelo projeto – atividade que você não consegue ver ao olhar para as estrelas em noite.
“As estrelas estão brilhando e explodindo”, disse Mainzer. “Os asteroides estão passando zunindo. Os buracos negros estão destruindo as estrelas. O Universo é um lugar muito ocupado e ativo.”
Você pode saber mais no site do Projeto NEOWISE.