Dificilmente paramos para nos perguntar qual será o futuro da humanidade; talvez porque seja uma pergunta bem difícil de responder. Mas se pararmos para pensar, todas as espécies que conhecemos estão sujeitas à extinção (inclusive nós, humanos). A diferença é que achamos – por fruto de nosso antropocentrismo – que isso nunca vai nos acontecer. Os fósseis não mentem: várias extinções já aconteceram na história de nosso planeta e talvez a mais famosa seja a que extinguiu os dinossauros. Observe a imagem abaixo:
Essas rochas são chamadas de estromatólitos, são basicamente rochas fósseis sintetizadas a partir de atividade microbiana durante o período Arqueano. O que essas rochas podem nos ensinar sobre a extinção? Elas são a evidência mais antiga da vida como a conhecemos, datando de 3,5 bilhões de anos atrás. Naquela época, as colônias microbianas se adaptaram muito bem ao ambiente, viviam, até então, sem nenhum problema. Por algum motivo, provavelmente alguma mudança drástica no meio, esses micróbios que dominavam a Terra no passado foram extintos, restando-nos apenas seus fósseis para que pudéssemos estudar. Imagine, por um momento, que os micro-organismos que formaram os estromatólitos tivessem alguma espécie de consciência; a chance de que eles nunca se preocupassem com a própria extinção seria alta. O mesmo acontece com nós, somos a espécie dominante no planeta Terra. Antes de nós, os dinossauros que dominavam a Terra também não imaginariam que um meteoro pudesse extinguir quase toda a sua espécie.
Pense por outro lado: a extinção também pode significar, em termos, o surgimento da vida! Enquanto os dinossauros dominavam a Terra, nossos ancestrais mais próximos (que não passavam de roedores) não obtinham o mesmo sucesso no ambiente. Foi graças à extinção global que os nossos antigos roedores puderam se desenvolver e evoluir, até chegar ao que nós somos hoje.
E mesmo que não sejamos aniquilados por ameaças externas, sofremos pelas ameaças internas. As pessoas que viveram durante o período da Guerra Fria podem muito bem relatar a incerteza do futuro da humanidade em meio aos conflitos. A ameaça de uma guerra nuclear deixava bem clara a possibilidade de nós mesmos acabarmos com nossa própria civilização.
E se sobrevivermos a isso tudo? Quem sabe, digamos, uns 5 bilhões de anos? Teríamos sobrevivido o suficiente para ver nossa estrela-hospedeira, o Sol, se tornar uma gigante vermelha e aumentar de tamanho até engolir a órbita da Terra, evaporar seus oceanos e acabar com sua atmosfera. Sendo otimistas, poderíamos já ter descoberto como viajar e se hospedar em outros sistemas solares. Então sempre que um sistema solar apresentasse problemas, facilmente nos deslocaríamos até outro. Até quando isso seria possível?
A resposta é: até o fim do Universo.
Parece meio ilógico que um universo infinito possa ter um final, não? Mas é o que vai acontecer. Continuaremos nos expandindo, distanciaremos de tudo e então começaremos a desacelerar nossa expansão. As trocas de calor cessarão, e são elas que basicamente movem tudo que conhecemos. Com um final frio e escuro, a humanidade não teria mais chance alguma de sobrevivência.
Somos frágeis, embora não percebamos isso devido à nossa capacidade de nos adaptarmos ao ambiente muito bem. No entanto, nada impede que um evento catastrófico acabe nos eliminando da Terra. Se tal evento não ocorrer, estaremos destinados a nos acabar junto com o universo em seu final frio e escuro. Ainda assim, com toda nossa fragilidade, continuamos a criar um mundo em que corremos mais risco de nos extinguirmos do que garantir nossa sobrevivência.
Não entendeu? Assista o vídeo!
Para finalizar, uma citação de Carl Sagan, que resume muito bem a ideia do post:
A extinção é regra, sobrevivência é uma exceção.