Pular para o conteúdo

Novas análises revelam a iminência de perigo do maior vulcão do mundo

Por David Nield
Publicado na ScieceAlert

Ativo há pelo menos 700.000 anos e dominando a paisagem do Havaí, Mauna Loa é o maior vulcão em escudo da Terra (acima da água, pelo menos) – e novos dados revelaram mais sobre o que pode ser suficiente para deflagrar erupções futuras.

Observando as mudanças no solo rastreadas por GPS e dados de satélite, os pesquisadores foram capazes de modelar o fluxo de magma no interior do vulcão, bem como descobrir o que poderia ou não desencadear a próxima grande erupção de Mauna Loa.

No campo do que seria ‘provável’: um terremoto considerável. Essa conclusão é baseada em medições de influxo de magma que acontecem desde 2014, direcionado pela pressão topográfica da rocha circundante.

“Um terremoto de magnitude 6 ou maior aliviaria a pressão causada pelo influxo de magma ao longo de uma falha sub-horizontal sob o flanco ocidental do vulcão”, disse Bhuvan Varugu, geólogo da Faculdade Rosenstiel de Ciências Marinhas e Atmosféricas no Universidade de Miami (EUA). “Este terremoto pode desencadear uma erupção”.

Os cientistas determinaram que 0,11 quilômetros quadrados de magma recente fluíram para um novo local na câmara do vulcão entre 2014 e 2020, mudando de direção de acordo com as pressões colocadas sobre ela.

Esses tipos de mudanças na estrutura do magma não foram medidos antes. Junto com os fluxos de lava na superfície e as mudanças no solo ao longo da falha em que o vulcão está localizado, as intrusões de magma mudam a forma do vulcão – e a probabilidade de ele entrar em erupção.

Vulcanologistas já sabem que a atividade de flanco e erupções estão intimamente relacionadas em Mauna Loa, o que significa que mudanças nesses flancos causadas pela introdução de magma podem fazer uma diferença substancial em termos de como o vulcão se comporta.

“Um terremoto pode mudar o jogo”, disse o geólogo marinho Falk Amelung, da Universidade de Miami. “Isso liberaria gases do magma comparáveis ​​a sacudir uma garrafa de refrigerante, gerando pressão adicional e flutuabilidade, o suficiente para quebrar a rocha acima do magma”.

De acordo com os dados, Mauna Loa já está sob uma carga topográfica “bastante pesada”. Outras intrusões de magma aumentarão a probabilidade de um terremoto e uma erupção, mas pode não ser suficientemente necessário para isso: a falta de movimento recente sob o flanco oeste do vulcão faz os pesquisadores pensarem que é assim que um terremoto pode ocorrer.

Erupções recentes enfatizam a importância de um alerta precoce: em 1950, a lava de uma erupção de Mauna Loa atingiu a costa em apenas três horas. A erupção de 1950 e outra grande em 1984 foram precedidas por terremotos substanciais.

Prever quando haverá erupções é uma tarefa incrivelmente complexa, com muitas variáveis ​​e estimativas envolvidas – mas estratégias cuidadosas de mapeamento de magma como a deste novo estudo podem fornecer dados valiosos para modelagem futura.

“É um problema fascinante”, diz Amelung. “Podemos explicar como e por que a estrutura de magma mudou durante os últimos seis anos. Continuaremos observando e isso acabará por levar a melhores modelos para prever o próximo local de erupção”.

A pesquisa foi publicada em Scientific Reports.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.