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Novo composto pode ajudar no tratamento do coronavírus

Os coronavírus são grandes vírus com uma única fita de ácido ribonucleico (RNA-ribonucleic acid) e um nucleocapsídeo. O RNA é uma molécula polimérica essencial em vários papéis biológicos na codificação, decodificação, regulação e expressão de genes. O RNA e o ácido desoxirribonucleico (DNA) são ácidos nucléicos e, junto com lipídios, proteínas e carboidratos, constituem as quatro principais macromoléculas essenciais para todas as formas de vida conhecidas.

Embora atualmente não haja medicamentos antivirais aprovados para o tratamento de infecções por coronavírus humano disponíveis, dados pré-clínicos com o análogo de nucleotídeo Remdesivir tem sido estudado. Remdesivir é um composto experimental com um amplo espectro de atividades antivirais contra RNA virais e tem sido pesquisado para combater atividades virais.

O Remdesivir foi originalmente desenvolvido para o tratamento do Ebola e do vírus Marburg, desenvolvido pela companhia Gilead Sciences.

O estudo publicado no Journal of Biological Chemistry, conduzido por pesquisadores americanos e canadenses, analisou um mecanismo celular promissor para o tratamento de infecções por coronavírus humano.

Nessa pesquisa, foram analisadas as expressões de proteínas não estruturais MERS-CoV nsp5, nsp7, nsp8 e nsp12 (RdRp) em células de insetos como parte de uma poliproteína para estudar o mecanismo de inibição da MERS-CoV RdRp por Remdesivir.

Dentro desse contexto, não é surpresa o fato de que nos últimos dias, o Remdesivir recebeu três patentes na China e cinco estão em fase de avaliação. Além disso, de acordo com diretoria geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Remdesivir seria o único medicamento com chances reais de ter sucesso no tratamento do novo coronavírus.

O mesmo medicamento já foi testado em macacos Rhesus infectados pelo vírus MERS-Cov, da família coronavírus. Foi observada redução da gravidade da doença, da replicação do vírus e dos danos pulmonares.

De modo sucinto, este estudo fornece um provável mecanismo de ação do Remdesivir contra o coronavírus.

Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br