Por Alex Fox
Publicado na Science
Esfregue um balão na cabeça e o seu cabelo ficará arrepiado. Quase todo mundo já fez isso, ou pelo menos viu. Mas mesmo que a eletricidade estática tenha sido observada pela primeira vez pelos gregos antigos, os cientistas ainda não sabem por que esfregar certos materiais juntos gera uma carga elétrica. Agora, eles podem ter a resposta.
Ao contrário da corrente elétrica, que flui através de uma linha de energia, a eletricidade estática permanece parada. Isso ocorre porque tal tipo de eletricidade (também conhecida como triboeletricidade), geralmente, acumula-se em materiais que não conduzem a carga muito bem, como borracha ou plástico, o que faz com que ela fique presa. Esses isoladores acumulam uma carga estática quando esfregados.
Em um novo estudo, os pesquisadores estudaram outro fenômeno elétrico chamado de flexoeletricidade e perguntaram se isso poderia explicar como o atrito gera eletricidade estática. O efeito flexoelétrico é a aparência espontânea de campos elétricos durante a contínua, mas inconsistente, flexão ou dobra na nanoescala, como o movimento aleatório de um dedo ao longo dos dentes de um pente de plástico.
A equipe descobriu que quando dois objetos se esfregam, essas pequenas saliências se dobram e, por causa do efeito flexoelétrico, a eletricidade estática acumula-se, segundo relatado no Physical Review Letters. A nova explicação também esclarece por que os isoladores feitos do mesmo material ainda geram tensão quando esfregados. Isso confundiu os cientistas, que pensavam que o acúmulo de carga estática poderia se resumir a diferenças inerentes entre os dois materiais friccionados juntos.
Os plásticos fazem um trabalho particularmente bom na geração de eletricidade estática, segundo os resultados sugerem. Esta nova compreensão pode ajudar os engenheiros a otimizar os materiais para produzir mais eletricidade estática e aproveitá-la para fazer coisas como a tecnologia de carga vestível. As descobertas também podem ajudar a melhorar a segurança em locais como refinarias de petróleo, onde até uma faísca pode causar uma explosão catastrófica.