Por Andy Tomaswick
Publicado no Universe Today
Provavelmente, o resultado mais conhecido do campo magnético da Terra são as Auroras Boreal e Austral (Luzes do Norte e do Sul). Quando partículas carregadas do vento solar entram no campo magnético da Terra, podem ocasionalmente produzir um show de luz espetacular.
Durante anos, os cientistas pensaram que as partículas carregadas que causam esses shows eram enviadas em números iguais para os polos norte e sul.
No entanto, pesquisas recentes de uma equipe liderada por cientistas da Universidade de Alberta (Canadá), mostraram que na verdade existem mais partículas carregadas indo para o norte do que para o sul. A questão agora é por quê?
Os dados utilizados pelos cientistas foram coletados pela constelação de satélites Swarm – um conjunto de 3 satélites que observam o campo magnético da Terra desde 2013.
Uma coisa que eles notaram naquela época é que o polo sul magnético da Terra está “mais longe do eixo de rotação da Terra do que o polo norte magnético”, disse Ivan Pakhotin, o principal autor do estudo.
Isso leva a diferenças na reflexão de um tipo de onda eletromagnética conhecida como onda de Alfvén, que eventualmente causa diferenças na forma como os polos norte e sul interagem com o vento solar.
Essa assimetria que foi analisada pode significar várias coisas. Por um lado, a química que ocorre na alta atmosfera pode variar dramaticamente entre os Polos Norte e Sul, o que pode ter impactos climáticos significativos no solo. Mas também, pode significar uma discrepância entre as duas Auroras.
Até agora, os impactos da assimetria não são claros e, como acontece com quase toda boa ciência, justifica um estudo mais aprofundado. Os satélites da constelação Swarm continuarão sua missão de coletar dados que serão relevantes para resolver o mistério.
Nesse meio tempo, aqueles de nós que têm a sorte de apreciar as Auroras podem continuar a olhar para cima maravilhados, por mais diferentes que elas sejam.