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Problemas de estresse envolvendo bullying têm relação com alterações cerebrais na depressão

Adolescentes experimentam problemas entre colegas (por exemplo, envolvimento em problemas com bullying) à medida que dedicam mais tempo e esforço às relações sociais. As taxas médias de prevalência do envolvimento tradicional de bullying e cyberbullying são de aproximadamente 35% e 15%.

Foi levantada a hipótese de que fatores neurobiológicos (por exemplo, estrutura e função cerebral) podem desempenhar um papel importante na ligação do estresse social à depressão do adolescente. Além disso, a adolescência é um período de desenvolvimento para remodelar estruturas cerebrais e aumentar a plasticidade neural em resposta ao estresse social.

O estudo publicado na Scientific Reports, realizado por pesquisadores da University of Pittsburgh School of Medicine, EUA, e Seoul National University Hospital, Coreia do Sul, teve como objetivo examinar os efeitos indiretos dos problemas de relacionamento social na depressão do adolescente por meio de alteração volumétrica subcortical.

Foram recrutados adolescentes saudáveis ​​de controle e adolescentes com transtorno depressivo maior (TDM) na faixa etária de 12 a 17 anos. Um total de 152 adolescentes, incluindo 95 com TDM e 57 controles saudáveis foram avaliados.

O método de ressonância magnética de imagem foi realizado. Os participantes concluíram a Escala de Avaliação da Depressão Infantil (CDRS-R), a Escala de Vitimização por Pares (PVS) e Escala de Comportamento de Bullying (BBS), que avaliaram a gravidade dos sintomas depressivos e os problemas dos pares.

De acordo com os resultados, houve um efeito indireto significativo dos problemas de relacionamento social na depressão do adolescente por meio do aumento do volume do núcleo accumbens, área envolvida com o vício. Esse achado indica que o volume dessa área pode ser uma possível alteração estrutural que desempenha um papel importante na ligação de problemas como estresse social e depressão na adolescência. No entanto, não houve relação com volumes da amígdala e do hipocampo.

Referência

  • Lee, K.H., Yoo, J.H., Lee, J. et al. The indirect effect of peer problems on adolescent depression through nucleus accumbens volume alteration. Sci Rep 10, 12870 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-69769-3
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br