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Produtos do café instantâneo podem ter relação com câncer de mama

O estudo conduzido pela Chinese University of Hong Kong (China) publicado na Scientific Reports analisou a associação entre diferentes produtos de café (principalmente o café instantâneo e o café moído) e o risco de câncer de mama.

Foram analisadas 1.156 pacientes com câncer de mama e 1.013 pessoas sem doença para compor o grupo controle.

Os participantes que ingeriram qualquer tipo de produto de café pelo menos uma vez por semana, nos 5 anos anteriores ao período de recrutamento, foram identificados como consumidores habituais de café, enquanto aqueles que não tinham esse hábito foram definidos como consumidores não habituais de café. Foi solicitado ainda àqueles que tomavam café habitualmente que fornecessem informações sobre o produto de café que consumiram (café instantâneo, café moído etc.), número de xícaras (definidas como 250 ml por vez) e anos de consumo de café. A categoria de ‘café instantâneo’ refere-se ao café solúvel e pronto para beber. Por exemplo, o café instantâneo três em um é a mistura de café solúvel, creme não lácteo e açúcar. Café fabricado refere-se ao café que requer diferentes processos de fabricação antes do consumo, como ser fervido e filtrado. Para os participantes que mudaram seu tipo de consumo habitual de café (isto é, de um consumidor de café instantâneo para um consumidor de café fabricado, ou vice-versa), o tipo recente de consumo de café foi definido como o tipo de consumo habitual; se os hábitos dos participantes com consumo recente de café fossem inferiores a 5 anos, eles seriam definidos como os bebedores de café do tipo anterior.

Os resultados apontaram que as mulheres que habitualmente consumiram café fermentado foram associadas a um risco de 52% menor para desenvolver câncer de mama, e a associação inversa foi ainda predominante entre as mulheres na pós-menopausa. Por outro lado, o consumo de café instantâneo foi associado positivamente ao risco de câncer de mama, e um risco ainda maior foi observado entre os usuários habituais de café em dois em um ou três em um na pré-menopausa.

Desta maneira, foi sugerido na pesquisa que o café sem os compostos possui efeito benéfico, possivelmente devido aos polifenóis presentes na cafeína. Por outro lado, foi indicado que o café instantâneo apresenta aumenta o risco da pessoa desenvolver câncer de mama. Dentre as hipóteses levantou-se a presença dos aditivos, como creme não lácteo, açúcar e estabilizadores para manter a textura, sabor e cheiro do café.

Referência

  • Lee, P.M.Y., Chan, W.C., Kwok, C.C. et al. Associations between Coffee Products and Breast Cancer Risk: a Case-Control study in Hong Kong Chinese Women. Sci Rep 9, 12684 (2019) doi:10.1038/s41598-019-49205-x
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br