Carl Edward Sagan foi um astrônomo, cético e humanista. Foi professor de Astronomia e Ciências Espaciais e diretor do Laboratório de Estudos Planetários da Universidade de Cornell. Sagan foi responsável por importantes mudanças no papel de liderança do programa espacial norte-americano, além de ser consultor da NASA desde o final de 1950. Boa parte da fama que Carl Sagan tem entre o público leigo e entusiastas deve-se as suas conhecidas obras literárias, como Cosmos e Pálido Ponto Azul.
Sagan foi responsável por disseminar conhecimentos que, até então, pertenciam apenas aos meios acadêmicos. Um claro exemplo disso é a série Cosmos, que é lembrada como uma das maiores fontes de conhecimento acessível ao público leigo, tanto que ganhou ramake, contando com a participação de Neil deGrasse Tyson no lugar de Sagan. Carl também tem livros que não são tão conhecidos, como Cérebro de Broca: Reflexão Sobre a Beleza da Ciência, mas que deveriam ser de leitura indispensável.
Ele trouxe diversas reflexões sobre os mais variados temas, desde Filosofia até Ciência. Ficava evidente a preocupação que Sagan tinha sobre o desconhecimento que boa parte da população tinha – e ainda tem – sobre Ciência e Tecnologia: “If the general public doesn’t understand science and technology, then who is making all of the decisions about science and technology that are going to determine what kind of future our children live in, some members of congress?“.
O questionamento sobre o devido conhecimento do que é tecnologia é pertinente até os dias de hoje. Grande parte da população é totalmente dependente da tecnologia e ciência, porém desconhecem profundamente o que elas realmente são, bradejam senso comum sobre os conceitos e se sentem ofendidos quando são contestados – essa questão envolve muito mais do que a ignorância, mas também a falsa sensação de conhecimento. Sem contar que, em vários lugares do mundo o desenvolvimento da tecnologia é de responsabilidade do Departamento de Defesa.
“We’ve arranged a society on science and technology in which nobody understands anything about science and technology, and this combustible mixture of ignorance and power sooner or later is going to blow up in our faces.“
Outro ponto muito importante que Sagan tentou nos passar foi que, em contrapartida ao que muitos dizem, a Ciência não é apenas um corpo de conhecimento, mas é uma forma de pensar. Tal forma é carregada de ceticismo e vontade de questionar o Universo. Essa questão fica muito clara na leitura do texto O Ônus do Ceticismo, em que Sagan guia o leitor com a habilidade de um professor ideal pelo mundo do Ceticismo. O questionamento acerca do Universo vem aumentando exponencialmente, certamente as questões pendentes nos dias de hoje são mais numerosas do que quando Sagan ainda era vivo, porém questões importantes daquela época já foram respondidas ou caminham para isso.
Por fim, temos a “última entrevista de Sagan”.
“One of the saddest lessons of history is this: If we’ve been bamboozled long enough, we tend to reject any evidence of the bamboozle. We’re no longer interested in finding out the truth. The bamboozle has captured us. It’s simply too painful to acknowledge, even to ourselves, that we’ve been taken. Once you give a charlatan power over you, you almost never get it back.“