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‘Sombra da Morte’: um dinossauro gigante encontrado na Argentina é o maior megaraptor já registrado

Por Liliana Samuel
Publicado na ScienceAlert

Paleontólogos argentinos anunciaram a descoberta de um dinossauro predador do tamanho um ônibus urbano do nariz à cauda que eviscerava sua presa com garras afiadas e em formato de foice.

O gigante de seis toneladas, o maior megaraptor descoberto até hoje, se alimentava de dinossauros menores que rasgava em pedaços com suas garras antes deles irem para o seu bucho, disse o paleontólogo Mauro Aranciaga à Agence France-Presse.

Teria sido o “superpredador” de seu tempo, disse Aranciaga – bem merecedor de seu assustador nome científico Maip macrothorax.

Novas compara os fósseis de Maip macrothorax com um livro. Créditos: Juan Mabromata / Agence France-Presse.

A primeira parte, ‘Maip‘, é derivada de uma figura mitológica “maléfica” do povo indígena Aonikenk da Patagônia.

O personagem foi associado à “sombra da morte” que “mata com vento frio” nas montanhas dos Andes, de acordo com um estudo que relata a descoberta na Scientific Reports.

A segunda parte, macrothorax, refere-se à enorme extensão da cavidade torácica da criatura – cerca de 1,2 metros de largura.

Sonho de infância

O monstro recém-identificado media de 9 a 10 metros de comprimento, maior do que qualquer tipo de megaraptor descoberto anteriormente – um grupo de gigantes carnívoros que já vagaram pelo que hoje é a América do Sul, de acordo com a equipe de Aranciaga.

Ele viveu cerca de 70 milhões de anos atrás, no final do período Cretáceo, no que era então uma floresta tropical, muito antes da cordilheira dos Andes e das geleiras que agora marcam a paisagem da Patagônia.

Os pesquisadores verificam os ossos fósseis do Maip macrothorax. Créditos: Juan Mabromata / Agence France-Presse.

O réptil assassino tinha duas garras afiadas e em formato de foice por pata dianteira, cada uma com cerca de 40 centímetros de comprimento.

Aranciaga, agora com 29 anos, teve a sorte de encontrar o primeiro pedaço do Maip em sua primeira expedição profissional há três anos à província argentina de Santa Cruz.

Isso levou a meses de escavação meticulosa, limpeza e classificação de um grande local escondido de ossos: vértebras, bem como pedaços de costela, quadril, cauda e braço.

“Quando levantei a vértebra e vi que tinha as características de um megaraptor, foi realmente uma emoção enorme”, lembrou Aranciaga.

“De alguma forma, realizei meu sonho de infância… encontrar um novo fóssil e ser de um megaraptor: o grupo no qual me especializo”, disse ele à Agence France-Presse.

Maip foi um dos últimos megaraptores a habitar a Terra antes da extinção dos dinossauros, cerca de 66 milhões de anos atrás, segundo Fernando Novas, do Laboratório de Anatomia Comparada do Museu Argentino de Ciências Naturais.

É também o megaraptor mais ao sul já encontrado, acrescentou Aranciaga, bolsista de doutorado do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet).

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.