Com a liderança do engenheiro aeroespacial Wernher Von Braun, sonhador da exploração espacial, na década de 60, os seres humanos, pela primeira vez, aterrissaram em terras que não eram o nosso planeta. Porém, os interesses dessas visitas, infelizmente, não foram científicos. A guerra fria deu ascensão ao espaço, mas, também, à destruição, com as bombas atômicas. A desculpa nacionalista dividiu os países, impossibilitando outras nações de participarem dessa nova era, que facilitaria a inovação na segurança, na educação, na comunicação e no espírito inovador e sonhador que vive em todas as pessoas.
Desde que Isaac Newton se perguntou sobre o porquê de a lua estar em uma dança perpétua com a Terra, a humanidade tem explorado o espaço militarmente e cientificamente como nunca. Newton abriu as portas para a exploração espacial e, em poucas décadas, a humanidade anseia capturar asteroides, pousar em luas distantes e fazer uma visitinha no planeta Marte, perpetuando de vez a exploração espacial no sistema solar. Porém, o que muitas pessoas não sabem, é que as inovações tecnológicas para ir ao espaço já não são exclusivas dos governos. Empresas privadas como a SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic já estão no embate para levar o ser humano ao espaço turístico e independentemente. E a SpaceX, nessa semana, mostrou ser a mais perspicaz.
Feito Histórico
A SpaceX ascendeu à história no dia 22 de dezembro de 2015: conseguiu lançar o foguete Falcon 9 e aterrissar seu primeiro estágio intacto em terra. Este feito só foi possível depois de várias esforços da equipe e as várias tentativas quase bem-sucedidas em uma barca no mar. Os ânimos pareciam ter aumentado em junho, antes do lançamento do foguete que levaria suprimentos à Estação Espacial Internacional, porém, a alegria durou até pouco tempo depois do lançamento. A nave que carregava os suprimentos acabou explodindo e levou toda equipe à estaca de desistência. Porém, aparentemente, desistência a longo prazo não parece existir no vocabulário desta equipe. E, graças à perspicácia deles, conseguiram fazer história.
Para ver o feito histórico, assista o vídeo abaixo.
Em todas as missões era necessário construir um foguete do zero. A cada lançamento de um foguete Falcon 9, a SpaceX reembolsava aproximadamente US$ 61 milhões. Agora, com essa nova tecnologia, o preço de cada lançamento pode ser reduzido a US$ 600 mil, segundo Elon Musk. O preço só cai drasticamente porque os estágios poderão ser reutilizados.
Feito exclusivo?
A SpaceX não foi a única a tentar e conseguir pousar sua nave. No início de dezembro, a empresa Blue Origin também conseguiu fazer o mesmo feito com proeza. Abaixo pode-se ver o sucesso da missão.
Porém, há de se ressaltar que a missão da Blue Origin é suborbital. Isto é, não entra em
órbita. Já a missão da SpaceX é orbital. Isto é, entra em órbita terrestre e depois volta. O tamanho e a força utilizada entre os dois foguetes são muito diferentes. A Falcon 9, além de quase 4 vezes maior que o Blue Sheppard, faz entregas de satélites(e astronautas, futuramente, com o foguete Falcon Heavy) na órbita da Terra e retorna horizontalmente. O Sheppard da Blue Origin sobe e desce em linha reta. Por isso, ambas não devem ser comparadas, como a mídia geralmente está fazendo. A imagem ao lado mostra as proporções de ambos os foguetes, e a imagem abaixo mostra um gráfico comparando o lançamento e o pouso de ambos os foguetes.
O feito da SpaceX foi um extenso passo para Elon Musk levar os humanos à Marte. Para ele, a humanidade só irá conseguir sobreviver a longo prazo se conseguir se espalhar pelos corpos celestes dentro e fora do sistema solar. Seus projetos ambiciosos estão levando, de fato, a humanidade à uma nova era. E se continuar assim, não saberemos onde isso irá parar. Torcemos que rumo às estrelas.