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‘Tubarão Godzilla’ de 300 milhões de anos é identificado como uma nova espécie

Por Harry Baker
Publicado na
Live Science

Um parente do tubarão moderno de 300 milhões de anos, apelidado de tubarão Godzilla após sua descoberta em 2013, finalmente recebeu um nome próprio após ser classificado como sua própria espécie.

Os paleontólogos encontraram o esqueleto fossilizado do antigo tubarão, excepcionalmente completo e bem preservado, com 2 metros de comprimento, em uma propriedade particular nas montanhas Manzano, perto de Albuquerque, Novo México, nos Estados Unidos. Características de destaque do esqueleto incluem 12 fileiras de dentes perfurantes inseridos em mandíbulas robustas e poderosas e um par de barbatanas espinhosas de 0,8 m de comprimento em suas costas.

Foi apelidado de tubarão Godzilla por causa de seu tamanho – o esqueleto é o maior fóssil de seu tipo já descoberto na área – e a natureza reptiliana dos espinhos em suas costas, disse à Live Science John-Paul Hodnett, o primeiro a desenterrar o fóssil e o cientista que liderou essa nova pesquisa.

“Também sou um grande fã da franquia de filmes Godzilla”, disse Hodnett, paleontólogo da Comissão de Planejamento e dos Parques Nacionais de Maryland (EUA). “Então, quando as características deste tubarão vieram à tona, achei que era o apelido perfeito”.

O tubarão agora foi oficialmente chamado de tubarão-dragão de Hoffman (Dracopristis hoffmanorum), em homenagem à família proprietária da terra onde o esqueleto foi encontrado e também uma homenagem à sua aparência monstruosa e reptiliana.

“É muito raro encontrar material esquelético de tubarões antigos, sendo mais raro ainda de um esqueleto completo que também preservou o contorno do corpo e outras impressões de tecidos moles”, disse Hodnett. “Isso e o fato de ser uma nova espécie também foi incrível e único”.

Parentes antigos

O esqueleto fossilizado do tubarão Godzilla ao lado de uma representação artística de sua aparência. Créditos: Museu de História e Ciências Naturais do Novo México.

O tubarão-dragão de Hoffman pertencia a um grupo de tubarões antigos misteriosos conhecidos como Ctenacantos, que divergiram dos tubarões e raias modernos há cerca de 390 milhões de anos, durante o período Devoniano. O esqueleto primorosamente preservado permitiu aos pesquisadores aprender mais sobre esse grupo pouco compreendido.

Uma das maiores diferenças entre os Ctenacantos e os tubarões modernos são suas mandíbulas. “Suas mandíbulas [dos Ctenacantos] são maiores, mais firmemente presas ao crânio, tornando-as menos flexíveis”, disse Hodnett.

Essas mandíbulas fixas podem significar que os Ctenacantos não eram superpredadores como os tubarões modernos. Em vez disso, o novo fóssil sugere que eles podem ter ocupado um nicho ecológico diferente.

“A partir da anatomia das nadadeiras peitorais e da cauda, ​​propomos que o Dracopristis era provavelmente um predador que se mantinha próximo ao fundo do antigo estuário da lagoa em que vivia”, disse Hodnett. “Os dentes também são mais adaptados para agarrar e esmagar presas como crustáceos e pequenos vertebrados”.

Os grandes espinhos nas costas dos tubarões-dragão de Hoffman podem ter sido usados ​​como defesa contra tubarões maiores, sugerem os pesquisadores. Grandes dentes de tubarão encontrados na área fornecem evidências de que este é o caso, de acordo com um comunicado de imprensa do Museu de História e Ciências Naturais do Novo México (NMMNHS).

Os Ctenacantos foram extintos durante o evento de extinção em massa no final do Período Permiano há 252 milhões de anos, que pôs fim à Era Paleozoica. No entanto, a causa exata da morte dos tubarões ainda não está clara.

Os pesquisadores agora estão procurando mais fósseis de Ctenacanto na área para aprender mais sobre as características de suas vidas – características evolutivas como longevidade, taxa de crescimento, idade de maturidade reprodutiva e produção reprodutiva.

“Não podemos reconstruir com segurança as características da vida de uma espécie com base em um único espécime”, disse a coautora Eileen Grogan, bióloga da Universidade Saint Joseph, na Filadélfia (EUA), à Live Science. “Uma compreensão mais holística das características de vida requer maior amostragem de tamanhos, sexos e ambientes nos quais o organismo existiu”.

O estudo foi publicado online em 15 de abril em um boletim do NMMNHS.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.