Por Victor Tangermann
Publicado no Futurism
Satélites derretidos
Cientistas do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) simularam o que acontece quando um satélite queima na atmosfera da Terra.
Dentro de uma câmara de teste especial chamada túnel de vento de plasma LK3 na Alemanha, os cientistas observaram o que aconteceria quando um Solar Array Drive Mechanism (SADM; em tradução livre: Mecanismo de Propulsão por Matriz Solar), a parte mais volumosa de um satélite com a tarefa de manter seus painéis solares apontados para o Sol, queimasse durante a reentrada.
As temperaturas do gás que está sendo lançado no interior do túnel a vários quilômetros por segundo podem atingir até 7.000 Kelvin, ou mais de 6.650 graus Celsius – o suficiente para queimar o satélite em um incrível show de luzes.
Graças ao volume considerável da peça, corre o maior risco de se transformar em um pedaço de lixo espacial potencialmente perigoso, vagando livremente pela órbita da Terra.
Todos os esforços para minimizar a quantidade de lixo que acabam em órbita são mais importantes do que nunca, já que as empresas privadas planejam povoar o céu noturno com constelações compostas por dezenas de milhares de satélites. Projetar satélites para queimar na atmosfera após a aposentadoria é nossa melhor aposta para garantir que nada seja deixado para trás.
Alumínio adequado
Graças à pesquisa do DLR, os cientistas têm uma boa ideia sobre como ajustar a “desmembrabilidade” de um satélite. Por exemplo, o derretimento do SADM mostrou que a mudança para um alumínio de ponto de fusão mais baixo poderia “promover uma fragmentação anterior, em maior altitude”, de acordo com uma relatório de imprensa sobre o experimento.
Em outras palavras, os testes servem a um propósito importante além de parecer incrível na câmera: garantir que a órbita da Terra não seja perigosamente obstruída por lixo espacial.